quando quero começar a escrever sobre nova iorque fico sempre com uma dificuldade imensa, porque as palavras misturam-se com os pensamentos, e os dedos comportam-se no teclado como um míudo trapalhão que tenta em vão fazer uma roda de jeito no ginásio. se calhar é mesmo esse o motivo. o débito de pensamento pode impossibilitar a escrita e o meu turbilhão neste lugar é sempre tão grande, que aponto nessa solução para o problema. deve começar por ser a cidade que não dorme que me identifico tão bem com ela. mas é de certeza muito mais do que isso. basta pôr um pé no aeroporto para me sentir de consciência em casa. basta ver ao longe a shiny pointy thing do chrysler para o meu coração ficar quente. basta aproximar-me da esquina do balthazar para a minha memória se sobressaltar em noites e noites de comunhão com esta cidade. depois vou andando pelas ruas. falo com as pedras. falo com as pessoas. falo com as galerias, com as lojas e com os bares. falo sobretudo com carros amarelos que tr...
uma palavra vale mais que mil imagens.