A ironia do destino, essa companheira de viagem que sempre nos segue, quis que eu tivesse de estudar os golpes de calor e os efeitos das vagas de calor logo nesta altura do ano. Pelo meio dos mecanismos fisiopatológicos associados a essas situações, tinha ainda a esperança de encontrar algo escrito do género: "É dado um desconto suplementar aos estudantes universitários, já que o trabalho exercido pelo organismo para manter a temperatura interna constante não é compatível com a apreensão de conhecimentos".
Mas não... para minha desilusão não encontro nada sequer semelhante a tal afirmação. Sou assim forçado a luta desumana contra esse flagelo, que parece que é culpa dos sprays desodorizantes e assim... Esses malandros! Deviam estar agora a estudar por mim, a ver se não lhes custava também.
De calor também se falou ontem, embora seja mais calor humano. Primeiro, o calor humano que senti na Luz, em mim e em todos os que foram apoiar a selecção. Tive medo apenas de que eu e os outros acabássemos por derreter, uma vez que, apesar do resultado, a exibição da nossa equipa não chegou a ser sequer morna...
E o calor prolongou-se noite fora... Cada povo tem a sua forma própria de festejar as vitórias. Não queria que os portugueses fossem como os ingleses, em que festejo é sinónimo de embriaguez do caixão para a cova. Mas não será também um pouco exagerado festejar uma vitória sobre uma selecção mediana como se de um título europeu se tratasse? Ainda se fosse domingo e depois de vencer os espanhóis...
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