Os professores das crianças que copiam mais porque vivem num país corrupto (ver o post abaixo deste) receberam agora a notícia de que os encarregados de educação vão participar na avaliação da qualidade dos professores.
Perante a indignação geral, a Ministra da Educação aprontou-se a dizer que a participação dos encarregados seria "minimalista". Em primeiro lugar, para mim seria deveras interessante que colocassem como ministros do meu país pessoas que conhecessem o significado das palavras, e penso que aqui a nossa Ministra quereria dizer "mínima" e não "minimalista", uma vez que estou a imaginar os pais a preencher a avaliação...
"Ó Mário, o que achas disto, vou pôr aqui uns floreados nesta linha da avaliação, e depois se calhar um estilo mais barroco na parte de baixo, quem sabe com uns dourados e
umas purpurinas espalhadas..."
"Não, não, Jacinta, não te esqueças que a avaliação tem de ser minimalista. Escreve só o que achas, a preto com fundo pastel... e ponto final."
Mas além disso, penso que esta participação activa devia ser levada para outras profissões. Portanto, de hoje em diante serão muitas as solicitações diárias: sai-se da oficina e vai-se avaliar o trabalho feito ("Eh pá, por esta curva que fiz, acho que os pistons estão só mais ou menos"), vai-se ao café e avalia-se o belo do bolo ("Hmm, avise o vosso fornecedor de pastelaria que esta bola de Berlim deveria conter aproximadamente mais 15 gramas de ovo no creme"), ou vai-se à bola e avalia-se o trabalho do Fernando Santos ("Aqui declaro, por minha honra, que não quero só gregos na equipa").
Assim parece-me que esta medida veio abrir um precedente, e baseado nela, resta-me concluir que, de hoje em diante, passará a haver um Professor Marcelo Rebelo de Sousa
em cada um de nós, com a capacidade para tudo comentar e classificar. 20 valores!
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