Avançar para o conteúdo principal

Diário de Bordo




Excerto do meu moleskine, 11 de Setembro de 2009, Deserto de Gobi, Mongólia, escrito exactamente no momento captado na foto:

"Estranho. O destino faz este dia chegar nalguns dos mais belos locais do mundo. Há 8 anos (dilacerante o modo como o tempo passa por nós...) estava sentado num banco junto ao fabuloso mar de Oahu, e agora estou sentado num banco com gigantescas dunas de areia do deserto mongol aqui mesmo à minha frente. O que mudou em 8 anos? Eu mudei muito, o mundo infelizmente mudou pouco.

Parto à descoberta das dunas próximo do pôr-do-sol. 15 minutos depois depara-se um primeiro obstáculo, um pequeno rio, de pouco caudal, mas pouco apetecível de atravessar, por ser lamacento. Eis que do nada aparece um jipe com um casal mongol, aos quais berrámos para parar e conseguimos boleia para atravessar o rio e ir até à orla das dunas. Claro que fomos no meio das couves e peças de automóvel, mas ficou registada a habitual boa vontade mongol.

Trepei pela areia pura, lisa, sem marcas, das grandes dunas, até ao topo mais topo das redondezas e o misto de isolamento com as cores do pôr-do-sol e o espectáculo natural envolvente é algo próximo da transcendência. Rolei ainda pela areia como se fosse um míudo de 10 anos.

A experiência foi tão boa que no dia seguinte acordámos às 5 da manhã, para repetir a dose e ver o nascer do sol. Como é óbvio tive de empapar os pés em lama, mais duas vezes, para conseguir passar o rio... Mas valeu a pena..."

Comentários

Mensagens populares deste blogue

À terceira é de vez!!!

Como tenho muita lata... este post é na linha de dois recentes... (um deles mesmo recentíssimo, o meu último) e trata da adaptação, não de séries (porque somos muito oranginais por estas bandas e isso depois na verdade tornar-se-ia repetitivo... quer dizer... até parece que assim não...), mas sim de filmes estrangeiros, para português. São novidades muito secretas e portanto só espero que tenham bastante cuidado na divulgação das mesmas (ao dizer isto espero que as publicitem, bem como a vinda aqui ao meu "little corner", numa jogada minha à laia d'"o fruto proibido é o mais desejado"). - Tó Pegane : história de um filho de uma ex-emigrante "na França" (daí a sempre típica mescla do nome António com o Pegane do francês com quem a senhora se casou). O rapaz entra para a Força Aérea, e depois há para lá umas intrigas. Ah! Na cena mais espectacular do filme, Tó Pegan faz um cozido à portuguesa, utilizando para aquecimento dos ingredientes a barriga...

pedras

acho muito simpático da parte do fernando guardar todas as pedras do caminho para um dia construir um castelo, mas aqueles de nós que as têm nos rins apreciavam outro tipo de eficácia diferente de apenas contemplá-las durante o passeio diário para abater barriga. com tanto heterónimo ao barulho, pasmo-me que o fernando, pessoa de bem, não tenha dado vida a um ente que se tornasse urologista e arranjasse maneira de ajudar a prevenir várias noites em posição fetal a namorar com o chão frio da casa de banho. diz o povo que as cólicas renais são piores que as dores de parto, mas o povo não pensa no facto de quase metade da população não poder atestar essa comparação. é provável que seja o povo feminino, e esse sim pode saber das duas, como sabe de tudo o resto, sempre em demasia, que o conhecimento verteu todo para o segundo cromossoma x. enquanto um brufen beija um ben-u-ron e abraça outro, vou continuar aqui no meu canto, meio revoltado com o fernando, enquanto pesquiso qual o valor da p...

na moda

Está na moda escrever sobre o amor. O truque é pintar o dito de lugares comuns e adornar o produto final com duas ou três asneiras das pesadas para emanar pseudo-rebeldia. O conjunto de palavras é tão bonito e tem uma força tão positiva que o que está mesmo a pedir é para ser posto num rectângulo, acompanhado de uma imagem do pôr-do-sol/paisagem verdejante/gatinhos/silhueta de um ou dois corpos (riscar o que não interessa) e feito, está pronto a sair do forno para esse sufrágio universal que são as redes sociais. Está na moda gostar dessa visão do amor. Que tenta copiar alguns traços dos mestres mas que os copia mal e porcamente, borra a tinta toda, mas encontra destinatários com a visão tão baça que nem dão por isso. Dantes havia o condão de ficar preso às letras do Shakespeare, do James, do Cummings e de tantos outros. Todos eles vieram por aí fora, ainda há bem pouco tempo dava para jogar à macaca com o Cortázar, mas está tudo a trocar a macaca por meia dúzia de macacos, que ap...