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a página em branco

a página em branco e o cursor a piscar são vendidos ao mundo como sinónimo da desgraça de quem escreve.

isso mostra bem como o mundo anda sempre tão dedicado na perseguição da quantidade e tão distraído na aplicação de crivos de qualidade. nas minhas visitas, muito selectivas, pela blogosfera, encontro tantas vezes tanto em tão pouco e outras vezes tão pouco em tanto.

com isto não sou apologista de que só os resumos sejam bons. há livros grandes que parecem pequenos e há livros pequenos que parecem enormes de tão chatos que são.

cada vez nos é oferecida mais informação, cada vez há mais vias de fazer chegar essa informação. a menos que batalhemos constantemente pela selectividade e pela criação de um limiar pessoal de qualidade na informação que queremos, vamos acabar vítimas desse paradoxo que é saber cada vez menos num mundo que permite saber cada vez mais.

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