Assim que abriu a porta sentiu o cheiro do perfume dela. As moléculas atravessavam todos os recantos da sala, saltavam do pescoço dela, atravessavam as partículas feitas do mesmo pó que as estrelas, para se irem alojar nos sensores olfactivos do seu nariz, refinados durante anos para saber distinguir o agradável do nauseabundo, bem como tudo o que está pelo caminho. Os cabelos dela brilhavam como se tivessem sido tocados pelo Rei Midas. Deslizavam pelas costas, lembrando-lhe a cor com que fica a encosta inclinada de uma montanha naquele lusco-fusco que se precipita ao pôr do sol. O nariz dela tinha as proporções perfeitas de uma rainha do século XVIII e era empinado o suficiente para lhe dar o ar de quem sabe por onde vai. Os seus olhos estavam, com certeza, nos lugares cimeiros da lista dos olhos mais bonitos do mundo. Tinham tanta vida, pensou ele, eram da cor que resultaria do acasalamento do azul turquesa com aquele verde dos lagos da Croácia. ...
Comentários
Desde já gostei bastante deste blogue...
Anyway, estás mesmo a falar a sério quanto a este subject? Deu-me bastante vontade de rir, depois de estar mais de 2 mins a tentar perceber a relação entre o título e o conteúdo (deve ser da hora e do vinho, mas ele era bom, era Lambrusco, conheces? É italiano). lol
Não, eu não sou homem nem italiano, apesar de me chamar Andrea!
Sou uma gaja (do norte)!
I'll keep my eyes on your thoughts if you let me. :D
Kiss
Andrea