escorrem-lhe pingos de suor da amostra de barba, pelo pescoço, inundando de pequenas poças de nervosismo o colarinho da camisa. as borbulhas mal escondidas que brotam do rosto são como o sinal de proibição de entrada do lado de fora de uma base militar. sendo que o papel de prevaricador é aqui representado pela maturidade. as mangas do casaco descem por um corpo menos comprido do que elas, a gravata foi escolhida segundo critérios que apenas fazem sentido numa cultura que premeia a mistura selvagem de tons, a ombreira do lado esquerdo está suja de branco, de uma qualquer parede por onde se arrastou no processo.
ela tem a pose mais confiante de quem se acha princesa, nem que seja por uma noite, entalada num vestido feito para cinturas de abelha e não de zangão, ajeitando o seu cabelo arranjado horas a fio numa cabeleireira influenciada por anos e anos de visualização do dirty dancing e do grease. sorri para o seu príncipe. sabem ambos que são sapos, mas nesta noite são muito mais do que sapos, porque a sociedade programa formas de automaticamente os beijar e retirar por umas horas do corpo as naturais dores de crescimento.
as limousines aguardam lá fora e o espectáculo tem de continuar. irão encontrar uma sala enfeitada com o maior glamour que uma pequena terra perdida no meio do nada consegue definir. irão ter um globo de espelhos lá no alto, a reflectir pedaços do quão principescamente dançam, enquanto ouvem a banda que toca ao vivo. algumas horas depois muitos irão ter a sua primeira experiência de um dos actos mais naturais no reino animal, e também essa ansiedade transparece nos gestos, nos tropeções, nos sapatos sem compasso que batem a caminho da festa com o pensamento já noutras luas.
assim vão repetindo, gerações atrás de gerações. este leve equilíbrio da vida americana entre o conforto de saber bem como vai ser e o medo de não conseguir corresponder ao que é suposto ser.
ela tem a pose mais confiante de quem se acha princesa, nem que seja por uma noite, entalada num vestido feito para cinturas de abelha e não de zangão, ajeitando o seu cabelo arranjado horas a fio numa cabeleireira influenciada por anos e anos de visualização do dirty dancing e do grease. sorri para o seu príncipe. sabem ambos que são sapos, mas nesta noite são muito mais do que sapos, porque a sociedade programa formas de automaticamente os beijar e retirar por umas horas do corpo as naturais dores de crescimento.
as limousines aguardam lá fora e o espectáculo tem de continuar. irão encontrar uma sala enfeitada com o maior glamour que uma pequena terra perdida no meio do nada consegue definir. irão ter um globo de espelhos lá no alto, a reflectir pedaços do quão principescamente dançam, enquanto ouvem a banda que toca ao vivo. algumas horas depois muitos irão ter a sua primeira experiência de um dos actos mais naturais no reino animal, e também essa ansiedade transparece nos gestos, nos tropeções, nos sapatos sem compasso que batem a caminho da festa com o pensamento já noutras luas.
assim vão repetindo, gerações atrás de gerações. este leve equilíbrio da vida americana entre o conforto de saber bem como vai ser e o medo de não conseguir corresponder ao que é suposto ser.
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