ela deixava-lhe mensagens escondidas em desenhos, rasgados nos cantos e reunidos nos meios.
ele deixava-lhe mensagens à vista no lado dos planetas que dá para o sol. toda a gente conseguia em teoria ver o que lá estava escrito, mas, na verdade, só com uns óculos muito especiais é que dava para descodificar a mensagem.
queriam dar as mãos mas era particularmente difícil porque ele vivia dentro de uma bolha e ela dentro de uma bolha vivia. a bolha era transparente, mas atravessá-la era de todas as cores.
apareceu de repente o árbitro, abriu o livro das regras e queixou-se do uso abusivo dos advérbios de modo. aparentemente, digo, de modo aparente, a queixa era sobre a conversa, não sobre o que vinha escrito nos planetas. mais tarde explicaram ao árbitro que os planetas tinham por lá coisas escritas e ele ficou fora de si, achou tudo aquilo meio ilegal e quis fazer queixa às nações unidas ou a um representante de um qualquer governo civil. só se acalmou quando lhe trouxeram a baleia gigante de peluche. ou de pelúcia.
o mundo devia entender-se neste ponto. ou bem que é peluche ou que é pelúcia. "ah, podem ser os dois" não me serve. aposto que esta dúvida está na base de grande parte dos problemas do mundo. é isso e a falta de mais amor, escrito a letra transparente, em planetas perdidos por essas galáxias fora.
Comentários