Avançar para o conteúdo principal

O Código de Castelo Branco

O Oranginalidade acaba de descobrir em mais um dos seus magníficos exclusivos que os Da Weasel descobriram a letra da música "Re-Tratamento" no diário de adolescência de José Castelo Branco. Alteraram-na ligeiramente para não chocar as pessoas, mas o Oranginalidade descobriu agora o diário original e lembrou-se de transcrever o texto de JCB "Re-Lacionamento", que fala de uma paixão que o Josésito teve enquanto juvem pubertário. Assim se segue...


Vou levar-te para casa - tomar conta de ti
Dar-te um bom banho, vestir-te um Chanel e…
Fazer-te um foie gras, meter-te na caminha
Ler-te uma historinha e deixar-te bem calminho
Ouve bem: Preciso de alguém do meu lado
Que me dê um bom dia e me deixe bem rasgado
Rasgado pela manhã, pela tarde e pelo fim do dia
Mais um pouco quando sonho era o que eu queria
Não é preciso muito, é muito simples na verdade
Só quero amor bom, carinho, solidariedade
Faz-me gemer e eu prometo que te faço chorar
Trata bem de mim e eu bem de ti vou tratar
Olá bicha, quero tratar de ti
Dar-te um mundo e outro tenho tudo aqui
Chega só um pouco perto de mim
Acredita que nunca me senti assim
Trata-me bem – eu juro que suo em pinga por ti
Faz a coisa certa como o Bruce Lee
Podes usar e abusar tipo brinquedo favorito
Mas tem cuidado, por favor, não o deixes partido…
Dou-te tudo o que puder, tudo o que quiseres
Desde que me jures que não me trocas por mulheres
Já usavas um foguete, vamos dar uma volta sim senhor
Escrevo um livro pelo caminho pra me esquecer do ardor
Procriamos como coelhos e quando nos derem pelos joelhos
Procriamos mais um pouco porque eu adoro fedelhos
Escrevo o teu nome no meu corpo para toda a gente ver
Bem piroso e amaricado, como o amor deve ser…entre machos!!!
Olá bicha, quero tratar de ti
Dar-te um mundo e o outro tenho tudo aqui
Chega só um pouco perto de mim
Acredita que nunca me senti assim
Gostas de filmes? Podíamos fazer um em privado…
Eu escrevo, realizo e actuo do teu lado
Podes ser a minha estrela, vou-te dar um bom papel
Pouca palavra, muita acção, acredita que é mel
Nasceste para isto, tá tudo previsto
Por isso insisto e não resisto a dar-te mais um pouco disto
Amor puro, fresco como a brisa do mar
Tenho montes dele guardado, e tá quase a estragar
Envelheço ao teu lado, eu bicha gorda tu bicha magra
Acabamos com o stock nacional de Viagra
Faz-me gemer e eu prometo que te faço chorar
Trata bem de mim e eu bem de ti vou tratar
Olá bicha, chega ao pé de mim
Deixa-me dar-te o que tu mereces
Tu és a resposta para as minhas preces
Senta-te aqui vais ver que é tão bom
Doce como tu, como um bombom
Olá, bicha quero tratar de ti
Dar-te um mundo e o outro tenho tudo aqui
Chega só um pouco perto de mim
Acredita que nunca me senti assim

Comentários

Mensagens populares deste blogue

À terceira é de vez!!!

Como tenho muita lata... este post é na linha de dois recentes... (um deles mesmo recentíssimo, o meu último) e trata da adaptação, não de séries (porque somos muito oranginais por estas bandas e isso depois na verdade tornar-se-ia repetitivo... quer dizer... até parece que assim não...), mas sim de filmes estrangeiros, para português. São novidades muito secretas e portanto só espero que tenham bastante cuidado na divulgação das mesmas (ao dizer isto espero que as publicitem, bem como a vinda aqui ao meu "little corner", numa jogada minha à laia d'"o fruto proibido é o mais desejado"). - Tó Pegane : história de um filho de uma ex-emigrante "na França" (daí a sempre típica mescla do nome António com o Pegane do francês com quem a senhora se casou). O rapaz entra para a Força Aérea, e depois há para lá umas intrigas. Ah! Na cena mais espectacular do filme, Tó Pegan faz um cozido à portuguesa, utilizando para aquecimento dos ingredientes a barriga...

na moda

Está na moda escrever sobre o amor. O truque é pintar o dito de lugares comuns e adornar o produto final com duas ou três asneiras das pesadas para emanar pseudo-rebeldia. O conjunto de palavras é tão bonito e tem uma força tão positiva que o que está mesmo a pedir é para ser posto num rectângulo, acompanhado de uma imagem do pôr-do-sol/paisagem verdejante/gatinhos/silhueta de um ou dois corpos (riscar o que não interessa) e feito, está pronto a sair do forno para esse sufrágio universal que são as redes sociais. Está na moda gostar dessa visão do amor. Que tenta copiar alguns traços dos mestres mas que os copia mal e porcamente, borra a tinta toda, mas encontra destinatários com a visão tão baça que nem dão por isso. Dantes havia o condão de ficar preso às letras do Shakespeare, do James, do Cummings e de tantos outros. Todos eles vieram por aí fora, ainda há bem pouco tempo dava para jogar à macaca com o Cortázar, mas está tudo a trocar a macaca por meia dúzia de macacos, que ap...

Sliding Doors

Assim que abriu a porta sentiu o cheiro do perfume dela. As moléculas atravessavam todos os recantos da sala, saltavam do pescoço dela, atravessavam as partículas feitas do mesmo pó que as estrelas, para se irem alojar nos sensores olfactivos do seu nariz, refinados durante anos para saber distinguir o agradável do nauseabundo, bem como tudo o que está pelo caminho. Os cabelos dela brilhavam como se tivessem sido tocados pelo Rei Midas. Deslizavam pelas costas, lembrando-lhe a cor com que fica a encosta inclinada de uma montanha naquele lusco-fusco que se precipita ao pôr do sol. O nariz dela tinha as proporções perfeitas de uma rainha do século XVIII e era empinado o suficiente para lhe dar o ar de quem sabe por onde vai. Os seus olhos estavam, com certeza, nos lugares cimeiros da lista dos olhos mais bonitos do mundo. Tinham tanta vida, pensou ele, eram da cor que resultaria do acasalamento do azul turquesa com aquele verde dos lagos da Croácia. ...