embora não seja difícil parar para pensar, há muita gente que recusa parar. e ainda mais gente que recusa pensar.
uma das principais especialidades desse ser cheio de funções superiores, que é o humano, é perder a coerência de opiniões e pensamentos ao sabor do vento (na verdade é ao sabor do que lhe dá jeito, mas o vento é uma metáfora metricamente muito mais lindinha).
custa pouco apontar erros nas atitudes dos outros, ridicularizar pessoas ou elaborar peças dramáticas sobre falhas alheias. o mal não é esse. a crítica faz parte da vida. a crítica faz parte da inteligência. o que é mau, e quem é mau ou faz mal, deve ser criticado até ao ponto em que se faça justiça (vamos fingir que isso é algo passível de acontecer. spoiler: não é).
o problema surge quando quem critica tem atitudes que são o perfeito espelho daquilo ou daqueles que critica. nem é a velha teoria do exemplo. é mesmo uma questão de coerência e de conforto com os padrões de ética e moral de cada um (dessa meia dúzia de seres que ainda tenham disto, já que é mais raro que pérolas negras). sou levado a acreditar que é um mecanismo quase inconsciente. postos na posição de fazer ou elogiar algo que habitualmente criticam, o centro do insight sofre um violento apagão, as memórias apagam-se todas e o organismo vivo em causa consegue sentir-se bem a representar esse papel.
tudo somado fica a ideia de que há pessoas que acham que conseguem mudar o mundo da mesa do café ou dos seus equivalentes no mundo moderno. o mundo muda-se com as mãos, com o toque, pela cabeça, com as ideias, mas no terreno, sobre as pessoas, e de preferência tentado fazer as coisas bem e sendo construtivo. mesmo que não mudemos o mundo todo, temos sempre alcance suficiente para mudar pelo menos o nosso e o dos que nos rodeiam.
Comentários
Nunca desiludes ;)