há um conforto quase uterino em se fazer aquilo que se é suposto fazer. seguir as linhas da vida como elas foram traçadas, tentar continuar gerações seguindo o que vem de cima, num ritmo igual ou melhor, e continuar gerações abaixo, trazendo ao mundo quem repita o quadro. com raras excepções é essa a vida que quase todos levamos, autómatos do carrossel em que nos puseram, com uma pseudovontade de mudar, escondida por trás do conforto de em vez disso simplesmente ficar. o risco é uma aversão aos nossos genes. fica bem assumir que se arrisca. é romântico afirmar que se mergulha de cabeça numa qualquer montanha russa ou que se muda a vida num segundo como se ela própria de uma montanha russa se tratasse. mas quase sempre esse é um risco calculado. o nosso calculismo não é diferente do do leopardo que persegue a sua presa ou do do elefante que se move em manada. a nossa tão brilhante (semi-ironia) razão até adensa a complexidade desse calculismo. depois há o salto no escuro. há a vonta...
uma palavra vale mais que mil imagens.