talvez seja o facto de a data que comemora os meus trinta anos de pulmões funcionantes (com alguma ironia, porque na primeira década tive uma asma de difícil tratamento e dei mais trabalho e sustos aos meus pais do que um tamagotchi nervoso) se estar a aproximar, talvez seja do tempo que aqui não se decide se quer continuar a brincar ao outono ou se se fecha de vez no inverno, ou talvez seja até do alinhamento das nuvens com os planetas e com a porta do meu prédio, seja a causa a que for, esta aproximação a um marco histórico tem trazido à superfície o meu eu mais existencialista.
apesar das muitas coisas que fazem pouco sentido vida fora, enquanto as linhas das páginas dos meus cadernos me continuarem a sorrir, o fumo da mistura de chá verde com chá oolong continuar a sair aos pulos da caneca e as formigas me continuarem a contar o seu dia-a-dia e quantos grãos de açúcar conseguiram transportar, as coisas podem continuar a fazer muito ou pouco sentido, que explorá-las, por si só, é combustível suficiente para a vida.
Comentários
Mas gostei de ler o texto e espero que as reflexões levem a algum lado. Nem que seja à próxima caneca de chá. Ah, e que os pulmões se continuem a portar bem porque aqui em Portugal ainda há ar que se cheire ;)