perguntou-me sobre o taj mahal e eu falei da história de amor por trás da sua construção. perguntou-me se era imponente visto de longe. eu respondi que sim e falei dos guias turísticos de ocasião, que ganham a vida todos os dias esperando do lado de fora do complexo por turistas, em busca de um valor fixo para trocar por histórias e por uma capacidade pouco mais do que tosca para tirar fotografias de grupo.
perguntou-me pela grande muralha da china, a única obra do homem que se avista da lua. confessei que essa história era mito, mas que em compensação podia garantir que se via lindamente a lua da grande muralha da china. quis saber mais da grandiosidade das torres e das muralhas. falei-lhe do tipo que encontrei numa dessas torres, no ponto menos turístico da muralha que se possa imaginar, a três ou quatro horas de caminho da aldeia mais próxima, que para ali vai todos os dias à espera da meia dúzia de aventureiros que ali passam. a ideia é vender-lhes postais mas acaba por lhes entregar de borla uma lição de vida.
pergunta-se tanto "qual foi o lugar mais bonito onde já estiveste?" e tão pouco "qual foi a melhor experiência que já tiveste?". os lugares contam, mas estão sobrevalorizados. garanto-vos que podem ser muito infelizes na polinésia francesa e muito felizes em kabul.
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