Avançar para o conteúdo principal

so, take the red pill or the blue pill, your choice

no outro dia parei. para pensar uma vez mais sobre o valor da decisão.
curioso como há quem seja criticado por decidir de modo demasiado racional, outros por decidirem logo com o que lhes vai na alma, e outros ainda por não se assumirem nem como carne nem como peixe.

a decisão é um ponto importante da vida. diria mesmo que é decisivo. provavelmente é o acto humano mais importante, e a história está cheia de momentos que o comprovam. se não é fácil decidir entre o bitoque e o bacalhau espiritual, imagino para o alexandre, mesmo sendo grande, qual a angústia e o conflito interno quando tinha de decidir se continuava a sua marcha vitoriosa, se parava ou até se voltava para trás.

parece mais importante quando falamos de generais. ler na military history sobre termophilas, gettysburg, waterloo ou outras, é igual a ler uma espécie de hino à decisão. mas nas guerras do dia-a-dia, somos nós própios generais das nossas próprias decisões.

quando oiço que alguém se suicidou, confesso que não me prendo tanto com o acto em si. corpos caídos e sangue a sair pela boca são coisas demasiado vistas na televisão para conseguir impressionar. o que me cria sempre grande curiosidade é imaginar o processo interno que levou a tal decisão. em que momento alguém decide pôr fim à vida? e isso é feito com base na reacção de fight-or-flight do momento? ou é uma escolha racional e pensada? ou depende do indivíduo? ou pode ser feito de um modo totalmente contrário ao racional habitual daquele indivíduo, como se, pela primeira vez na vida, resolvesse ter a audácia de fazer algo diferente, mas para um fim questionável.

a decisão envolve a influência de muitos factores. mas pergunto-me realmente qual o peso desses factores consoante o grau de importância que essa decisão possa ter. porque decidir é importante. e pelos vistos às vezes até pode ser fatal.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

À terceira é de vez!!!

Como tenho muita lata... este post é na linha de dois recentes... (um deles mesmo recentíssimo, o meu último) e trata da adaptação, não de séries (porque somos muito oranginais por estas bandas e isso depois na verdade tornar-se-ia repetitivo... quer dizer... até parece que assim não...), mas sim de filmes estrangeiros, para português. São novidades muito secretas e portanto só espero que tenham bastante cuidado na divulgação das mesmas (ao dizer isto espero que as publicitem, bem como a vinda aqui ao meu "little corner", numa jogada minha à laia d'"o fruto proibido é o mais desejado"). - Tó Pegane : história de um filho de uma ex-emigrante "na França" (daí a sempre típica mescla do nome António com o Pegane do francês com quem a senhora se casou). O rapaz entra para a Força Aérea, e depois há para lá umas intrigas. Ah! Na cena mais espectacular do filme, Tó Pegan faz um cozido à portuguesa, utilizando para aquecimento dos ingredientes a barriga...

na moda

Está na moda escrever sobre o amor. O truque é pintar o dito de lugares comuns e adornar o produto final com duas ou três asneiras das pesadas para emanar pseudo-rebeldia. O conjunto de palavras é tão bonito e tem uma força tão positiva que o que está mesmo a pedir é para ser posto num rectângulo, acompanhado de uma imagem do pôr-do-sol/paisagem verdejante/gatinhos/silhueta de um ou dois corpos (riscar o que não interessa) e feito, está pronto a sair do forno para esse sufrágio universal que são as redes sociais. Está na moda gostar dessa visão do amor. Que tenta copiar alguns traços dos mestres mas que os copia mal e porcamente, borra a tinta toda, mas encontra destinatários com a visão tão baça que nem dão por isso. Dantes havia o condão de ficar preso às letras do Shakespeare, do James, do Cummings e de tantos outros. Todos eles vieram por aí fora, ainda há bem pouco tempo dava para jogar à macaca com o Cortázar, mas está tudo a trocar a macaca por meia dúzia de macacos, que ap...

Sliding Doors

Assim que abriu a porta sentiu o cheiro do perfume dela. As moléculas atravessavam todos os recantos da sala, saltavam do pescoço dela, atravessavam as partículas feitas do mesmo pó que as estrelas, para se irem alojar nos sensores olfactivos do seu nariz, refinados durante anos para saber distinguir o agradável do nauseabundo, bem como tudo o que está pelo caminho. Os cabelos dela brilhavam como se tivessem sido tocados pelo Rei Midas. Deslizavam pelas costas, lembrando-lhe a cor com que fica a encosta inclinada de uma montanha naquele lusco-fusco que se precipita ao pôr do sol. O nariz dela tinha as proporções perfeitas de uma rainha do século XVIII e era empinado o suficiente para lhe dar o ar de quem sabe por onde vai. Os seus olhos estavam, com certeza, nos lugares cimeiros da lista dos olhos mais bonitos do mundo. Tinham tanta vida, pensou ele, eram da cor que resultaria do acasalamento do azul turquesa com aquele verde dos lagos da Croácia. ...