ainda estou para saber quem decidiu que o sexto sentido feminino é a intuição. e também ainda estou para saber quem é que deixou um saco de lixo à porta do elevador do meu prédio. mas hoje preocupa-me mais saber quem se meteu nessas andanças de achar que percebia o que ia para lá dos cinco sentidos.
sempre adorei o sexto sentido feminino mas nunca desvalorizo os seus outros cinco, habitualmente astutos que nem o animal selvagem que todos somos (ou sabemos ser).
uma das coisas mais fascinantes dos sentidos é virem de origem como uma espécie de naipes de jogo de cartas. existem todos isolados, mas (em certos jogos, vá, não quero irritar nerds das cartas ou idosos que passam as tardes no jardim), atingem a sua beleza máxima quando formam uma equipa e quando o seu conjunto representa mais que a soma das partes.
claro que o maestro desta orquestra está lá para os lados onde o descartes achava que a alma e a razão se encontravam. mas, como em tantas outras coisas, este maestro não trabalha esfomeado, e precisa de ir buscar o seu alimento ao outro lado do eixo, o que não tem razão, mas tem mania. nomeadamente a mania de bater aí entre quarenta a cem vezes por minuto. tirando quando se exalta ou quando resolve acalmar demasiado.
a plateia pára expectante. sustém a respiração. deixa no ar aquele misto de medo e admiração enquanto a música alcança o seu êxtase. as notas musicais, se forem as certas, entram pelo ouvido, migram ao que de neurónios houver, dançam um tango com o coração, e todos juntos saltam para as pontas dos dedos, que teimam em carregar em teclas ou em agarrar canetas e fazer com que a sua tinta caia em momentos certos, espaçados, decididos, outras vezes tremidos, em linhas que, elas próprias, dançam no prazer do ensemble.
sempre adorei o sexto sentido feminino mas nunca desvalorizo os seus outros cinco, habitualmente astutos que nem o animal selvagem que todos somos (ou sabemos ser).
uma das coisas mais fascinantes dos sentidos é virem de origem como uma espécie de naipes de jogo de cartas. existem todos isolados, mas (em certos jogos, vá, não quero irritar nerds das cartas ou idosos que passam as tardes no jardim), atingem a sua beleza máxima quando formam uma equipa e quando o seu conjunto representa mais que a soma das partes.
claro que o maestro desta orquestra está lá para os lados onde o descartes achava que a alma e a razão se encontravam. mas, como em tantas outras coisas, este maestro não trabalha esfomeado, e precisa de ir buscar o seu alimento ao outro lado do eixo, o que não tem razão, mas tem mania. nomeadamente a mania de bater aí entre quarenta a cem vezes por minuto. tirando quando se exalta ou quando resolve acalmar demasiado.
a plateia pára expectante. sustém a respiração. deixa no ar aquele misto de medo e admiração enquanto a música alcança o seu êxtase. as notas musicais, se forem as certas, entram pelo ouvido, migram ao que de neurónios houver, dançam um tango com o coração, e todos juntos saltam para as pontas dos dedos, que teimam em carregar em teclas ou em agarrar canetas e fazer com que a sua tinta caia em momentos certos, espaçados, decididos, outras vezes tremidos, em linhas que, elas próprias, dançam no prazer do ensemble.