caro céu,
percebo que por vezes fiques um pouco revoltado com esta mania do ser humano de tentar explorar os teus limites. toda essa raiva que descarregas quando sentes que algo não corre da forma que pensaste, é compreensível. no entanto, tens de saber relativizar as coisas...
tu és infinito. com tanto espaço que tens, para quê andar a embirrar apenas porque meia dúzia (para ti são menos do que micro-formigas) de conjuntos de lata te atravessam todos os dias, cheios de pessoas que vão à procura de sonhos, vão de volta à família, vão fingir que são de um planeta diferente no seu próprio planeta ou vão apenas em trabalho para levar todos estes? mesmo os satélites e foguetões, são menos incómodos para o teu todo do que aquele bocadinho de pó que entra para o olho com o vento e ali fica a irritar horas a fio.
nunca te vi ficar tão irascível com cometas ou cometas-like. e esses atravessam-te com violência e sem pedir autorização. serás tu, céu, não mais que um míudo mimado e sem coragem de enfrentar esses monstros debaixo da tua cama? e que cama é essa, céu? não consigo imaginar que transportadora se dignaria a entregar algo tão grande num sítio tão infinitamente distante. acredito que o teu código postal são vários códigos postais ao quadrado, não sei mesmo se ao cubo.
eu também me irritava se andassem por aí a dizer que um homem de barbas com um tridente vivia em mim, mas o que podemos nós fazer em relação a isso? ou pegas num raio e dás cabo desse faux pas global ou tens de aprender a viver com isso. sim, eu sei que já vives com isso desde os tempos das cavernas, mas também não precisas de ser sempre tão impaciente!
acalma-te céu. nós queremos-te é aí. sim, aí precisamente! para poder continuar aqui deitado na relva, a contemplar-te na sintonia do doce sabor do dia com os mil significados que essas nuvens que sopras podem ter, na minha cabeça e na cabeça de todos aqueles que contemplas aí do alto. e preso num beijo, mesmo de olhos fechados, sinto o calor do teu azul avermelhado, da tua transformação da noite, nesse paradoxo constante em que brincas durante trezentos e sessenta e cinco dias por ano, onde há muito mais do que trezentos e sessenta e cinco anos por dia.
teu.
percebo que por vezes fiques um pouco revoltado com esta mania do ser humano de tentar explorar os teus limites. toda essa raiva que descarregas quando sentes que algo não corre da forma que pensaste, é compreensível. no entanto, tens de saber relativizar as coisas...
tu és infinito. com tanto espaço que tens, para quê andar a embirrar apenas porque meia dúzia (para ti são menos do que micro-formigas) de conjuntos de lata te atravessam todos os dias, cheios de pessoas que vão à procura de sonhos, vão de volta à família, vão fingir que são de um planeta diferente no seu próprio planeta ou vão apenas em trabalho para levar todos estes? mesmo os satélites e foguetões, são menos incómodos para o teu todo do que aquele bocadinho de pó que entra para o olho com o vento e ali fica a irritar horas a fio.
nunca te vi ficar tão irascível com cometas ou cometas-like. e esses atravessam-te com violência e sem pedir autorização. serás tu, céu, não mais que um míudo mimado e sem coragem de enfrentar esses monstros debaixo da tua cama? e que cama é essa, céu? não consigo imaginar que transportadora se dignaria a entregar algo tão grande num sítio tão infinitamente distante. acredito que o teu código postal são vários códigos postais ao quadrado, não sei mesmo se ao cubo.
eu também me irritava se andassem por aí a dizer que um homem de barbas com um tridente vivia em mim, mas o que podemos nós fazer em relação a isso? ou pegas num raio e dás cabo desse faux pas global ou tens de aprender a viver com isso. sim, eu sei que já vives com isso desde os tempos das cavernas, mas também não precisas de ser sempre tão impaciente!
acalma-te céu. nós queremos-te é aí. sim, aí precisamente! para poder continuar aqui deitado na relva, a contemplar-te na sintonia do doce sabor do dia com os mil significados que essas nuvens que sopras podem ter, na minha cabeça e na cabeça de todos aqueles que contemplas aí do alto. e preso num beijo, mesmo de olhos fechados, sinto o calor do teu azul avermelhado, da tua transformação da noite, nesse paradoxo constante em que brincas durante trezentos e sessenta e cinco dias por ano, onde há muito mais do que trezentos e sessenta e cinco anos por dia.
teu.
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