hoje passeei por um cérebro. não me consigo lembrar se estava acordado ou se estava a sonhar. essa informação ficou perdida enquanto me maravilhava com os ramos cuidadosamente podados das árvores que enchiam a terra da substância cinzenta. velhos guardiões trabalhavam os troncos e os caules como quem poda bonsais e as folhas brilhavam como uma espécie de estrela a nascer. daquelas a sério, não das cadentes, que as cadentes duram o mesmo tempo que dura o encanto humano pelas coisas pouco perenes, delirantemente passageiras.
o susto, ao ver largas bolhas explosivas nos lagos sulfurosos entre a substância cinzenta e a substância branca, deu lugar à paixão por mergulhar nesses lagos, e senti-me como um molde quando é banhado num ouro de muitos quilates, talvez demasiados quilates.
o dia dentro de um cérebro nunca termina. é uma espécie de simulação dos seis meses de verão no árctico. quando acabam as actuações do dia, começam as actuações da noite. os malabaristas do dia dão rapidamente lugar aos saltimbancos da noite. há espectáculos de magia por todo o lado, e as redes, que nunca terminam, são usadas para múltiplas exibições. atarefados seres minúsculos, com número ímpar de olhos, vão montando uma espécie de peças de lego e logo as atiram para um infinito finito, como se tudo fizesse parte de um gigante modelo de máquina de guerra do leonardo.
continuei sem saber se estava acordado ou a sonhar. mas ali dentro pouco importa, o sonho abraça a realidade e tropeça toscamente nela como quem força a queda em direcção ao prazer do caos.
o susto, ao ver largas bolhas explosivas nos lagos sulfurosos entre a substância cinzenta e a substância branca, deu lugar à paixão por mergulhar nesses lagos, e senti-me como um molde quando é banhado num ouro de muitos quilates, talvez demasiados quilates.
o dia dentro de um cérebro nunca termina. é uma espécie de simulação dos seis meses de verão no árctico. quando acabam as actuações do dia, começam as actuações da noite. os malabaristas do dia dão rapidamente lugar aos saltimbancos da noite. há espectáculos de magia por todo o lado, e as redes, que nunca terminam, são usadas para múltiplas exibições. atarefados seres minúsculos, com número ímpar de olhos, vão montando uma espécie de peças de lego e logo as atiram para um infinito finito, como se tudo fizesse parte de um gigante modelo de máquina de guerra do leonardo.
continuei sem saber se estava acordado ou a sonhar. mas ali dentro pouco importa, o sonho abraça a realidade e tropeça toscamente nela como quem força a queda em direcção ao prazer do caos.
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