conheci um homem que largava palavras nas folhas como quem espalha açúcar em pó sobre um bolo de cenoura.
a teoria dele é que nunca se polvilha nada com formas muito direitinhas. quem quiser perfeição fica em casa a organizar as meias por cores ou as camisas por tipo de colarinho. quem espalha o açúcar como quem lança notas de cem dólares ao ar, depois de ganhar um jogo de poker em las vegas, vê a vida de uma forma impagável.
penso em todas as estradas que ainda tenho por fazer. imagino artérias cheias de sangue pulsátil, imparável, em que eu navego consumindo tudo o que têm para me dar. desertos, florestas, montanhas, lagos. nem paro para comer. janto serras. janto lagos. de que serve fingir que há funções vitais a manter quando há tanto mundo para conhecer?
a vertigem da velocidade puxa por mais velocidade. quem acelera a sério sabe bem que quanto mais rápido vamos mais confortável é o desconforto da velocidade acima. o mundo de quem o vive devagar é tão diferente de quem o vive a mil. imagino uma estrada vivida com calma, e percebo o que daí pode ser retirado, mas é de certeza um mundo diferente. para mim, só valem centopeias impregnadas de speeds que atravessem um pátio como quem corre os cem metros, obikwelizadas que estão da vida.
por mim, pego no açúcar em pó, atiro-o ao ar e deixo-o cair sobre toda a gente numa alegre metáfora da vida imperfeitamente perfeita.
a teoria dele é que nunca se polvilha nada com formas muito direitinhas. quem quiser perfeição fica em casa a organizar as meias por cores ou as camisas por tipo de colarinho. quem espalha o açúcar como quem lança notas de cem dólares ao ar, depois de ganhar um jogo de poker em las vegas, vê a vida de uma forma impagável.
penso em todas as estradas que ainda tenho por fazer. imagino artérias cheias de sangue pulsátil, imparável, em que eu navego consumindo tudo o que têm para me dar. desertos, florestas, montanhas, lagos. nem paro para comer. janto serras. janto lagos. de que serve fingir que há funções vitais a manter quando há tanto mundo para conhecer?
a vertigem da velocidade puxa por mais velocidade. quem acelera a sério sabe bem que quanto mais rápido vamos mais confortável é o desconforto da velocidade acima. o mundo de quem o vive devagar é tão diferente de quem o vive a mil. imagino uma estrada vivida com calma, e percebo o que daí pode ser retirado, mas é de certeza um mundo diferente. para mim, só valem centopeias impregnadas de speeds que atravessem um pátio como quem corre os cem metros, obikwelizadas que estão da vida.
por mim, pego no açúcar em pó, atiro-o ao ar e deixo-o cair sobre toda a gente numa alegre metáfora da vida imperfeitamente perfeita.
Comentários