No mundo ocidental, a diferença entre países e culturas é já algo de bem marcado. Quando nos afastamos desta linha, aumenta esse fosso cultural. Por isso, acho que ficamos muitas vezes maravilhados com pormenores que, noutras ocasiões, não seriam sequer valorizados.
De Luxor para Esna o transporte é feito de autocarro, num "comboio" de veículos, com polícia no início, meio e fim. Desta forma procura-se garantir a segurança dos turistas, visto o turismo ser uma das principais (senão a principal) fontes de rendimento do Egipto.
O curioso nesta viagem, de cerca de uma hora, até às comportas de Esna, é olhar pela janela e observar a forma como o Nilo se vai desenrolando, bem como a fertilidade das suas margens e, principalmente, as casas e as pessoas.
As casas são muito "sui generis", pelo menos para nós, e o seu formato, o seu ar inacabado, a sua falta de cor... São tudo novidades para quem aqui chega.
Agora... o ponto alto deste trajecto é ver as crianças, e até os adultos, a correr acompanhando os autocarros, com um sorriso esfuziante e a dizer adeus energicamente.
Eu respondo! Não a todos, mas a alguns. E eles ficam contentíssimos, como se tivessem acabado de descobrir um poço de petróleo. E dizem aos amigos, e riem-se todos ainda mais, e continuam a correr... e dizem já adeus ao autocarro que se segue...
Como as pequenas coisas se tornam tão grandes...
(escrito a 6 de Abril de 2004 na estrada de Luxor para Esna)
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