Primeiro que tudo, esclareço o título do meu post. O título original do filme (The Passion of the Christ) foi assim dado porque o termo "Passion" deriva da palavra latina "passio" para "sofrimento", daí a segunda leitura do título dado.
A seguir, tenho de dar os parabéns ao realizador e co-argumentista Mel Gibson, pela forma brilhante com que consegue retratar no ecrã as últimas doze horas da vida de Jesus Cristo... tanto do ponto de vista histórico e bíblico, como do ponto de vista cinematográfico. Após estes elogios, achei interessante expor a minha perspectiva sobre duas grandes polémicas que se levantaram em torno do filme.
Primeiro, a crítica da comunidade judaica, através da acusação de anti-semitismo ao filme. É realmente confuso ver esse tipo de condenação... A pessoa mais cega é sempre aquela que não quer ver... E quem tenta esconder o seu passado também não me parece estar no bom caminho. Um facto que devia fazer a comunidade judaica reflectir e ultrapassar pormenores históricos menos abonatórios (que todas as religiões têm, aliás...) foi utilizado pela mesma para criticar o realizador do filme e a forma como a história foi contada. Tiro uma conclusão disso: é que agora, como então, o povo judeu continua a ver as coisas por um filtro muito específico, e sempre com sentimentos muito próprios. Julgo que desconfiar de tudo, até da Verdade, e facilmente "entregar" o próximo, sem o julgar adequadamente, continuam a ser alguns desses defeitos, tal como há dois mil anos o eram. E assim se mostra que nem a História é boa conselheira para alguns...
Depois, a acusação de que o filme é violento. O filme é, de facto, muito violento. Mas... é violento como o foi a história que é contada. Muitas vezes o nosso defeito encontra-se na tentativa de tornar romances as maiores desgraças que encontramos perante os nossos olhos. Mas, será essa a solução? Eu não acho que o seja... e acho que muitas vezes as consciências só são alertadas pelo choque. A mim... este filme marcou-me, tal como espero que marque muitos de vós. O sofrimento de Jesus Cristo, a Sua fé, a Sua força, os Seus valores, mesmo na hora da morte, são um ensinamento para todos nós, e nunca é de mais trazer isso ao nosso presente. Mesmo quem não seja crente pode tirar uma boa lição ao ver este filme.
Assim, só espero que aqueles que O seguem sintam no filme mais um recordar do que Ele nos quis ensinar... e que os que não O seguem, sintam pelo menos por uma vez, ao ver o filme, porque é que quem acredita sente vontade de acreditar e acredita!
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