mesmo um niilista sabe que é bem verdade que há deuses com capacidades poderosas. eu conheço alguns e tenho provas bem mais fortes disso do que se tivesse imagens divinas a aparecer-me numa torrada do pequeno-almoço.
adoro sobretudo algumas espécies particulares de deuses. daqueles que, em vez de andarem a brincar às tempestades, sentados em nuvens de algodão solto, preferem aninhar-se em ombros e braços, e braços e ombros, e por aí fora. esses são deuses muito mais determinados. escalpelizam a pele onde nem tem escalpe, porque querem resguardar-se no prazer de um cheiro próprio, de uma cor torrada, em zonas de fronteira da dor com o prazer.
falando com estes deuses, eles respondem-me quase sempre com um sorriso. aquele sorriso da inocência forjada de um querubim, da malícia benevolente de quem sabe que se o prazer é pecado, então o pecado é sinónimo de luz, porque treva não é de certeza.
vou continuar a visitar os deuses. são deuses com muita força. uma força que até me tira da cama. e saio de lá a poder caminhar sobre a água. ou nadar de costas sobre o vento. perdido em deuses em deusas, e dias trocados em noites como quem troca lábios e lábios de melancólica doçura.
adoro sobretudo algumas espécies particulares de deuses. daqueles que, em vez de andarem a brincar às tempestades, sentados em nuvens de algodão solto, preferem aninhar-se em ombros e braços, e braços e ombros, e por aí fora. esses são deuses muito mais determinados. escalpelizam a pele onde nem tem escalpe, porque querem resguardar-se no prazer de um cheiro próprio, de uma cor torrada, em zonas de fronteira da dor com o prazer.
falando com estes deuses, eles respondem-me quase sempre com um sorriso. aquele sorriso da inocência forjada de um querubim, da malícia benevolente de quem sabe que se o prazer é pecado, então o pecado é sinónimo de luz, porque treva não é de certeza.
vou continuar a visitar os deuses. são deuses com muita força. uma força que até me tira da cama. e saio de lá a poder caminhar sobre a água. ou nadar de costas sobre o vento. perdido em deuses em deusas, e dias trocados em noites como quem troca lábios e lábios de melancólica doçura.
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