os dias de chuva e frio têm o condão de ir buscar o mais uterino que existe em cada um de nós.
é romântico (e nalguns casos sincero) dizer que adoramos correr à chuva, saltar de poça em poça ou amar a e na natureza. mas esse ideal cinematico-fantasioso é bonito com chuva tropical. com nuvens a rodopiar elecricidade e palmeiras em fúria. sabe o nosso corpo que umas horas depois tudo seca e o ciclo da vida vai-se repetir sem parar.
quando falamos de chuva fria, que o vento arrasta pelos colarinhos, a brincadeira já não é tão inocente. raramente se associa a prazer. gera dias incómodos, em que ou assumimos a molha ou perdemos a capacidade de resistir e acabamos por ceder a mil engenhos de combate à chuva, que mais nos fazem parecer soldados, em pleno campo de guerra contra a força sobrenatural da natureza. voltamos feridos da batalha, com varetas saídas de tecidos, casacos encharcados, calças com um degradé inesperado de ganga escura e ganga clara e calçado com ar de ter passado o dia num parque aquático.
pior ainda é o facto de essa chuva entrar directamente no cérebro, sem pedir licença, deixando toda a gente no auge da má disposição, resmunguice e falta de tolerância. gosto muito que o homem tenha ido à lua, mas tinha sido dinheiro mais bem gasto se tivesse sido investido a desenvolver fatos parecidos aos de astronauta para usarmos em dias destes. afinal o capacete dá ares de aquário, a integração no meio aquático seria total.
no final do dia contamos os despojos de guerra, fechamos as contas, e qual homem pre-histórico refugiado na sua caverna, ocultamo-nos do lado de lá de um vidro e sentimos a tranquilidade e a paz no calor de um chocolate quente, sentindo o sangue a subir também ele quente até à alma, enquanto lá fora a chuva teima em não parar...
é romântico (e nalguns casos sincero) dizer que adoramos correr à chuva, saltar de poça em poça ou amar a e na natureza. mas esse ideal cinematico-fantasioso é bonito com chuva tropical. com nuvens a rodopiar elecricidade e palmeiras em fúria. sabe o nosso corpo que umas horas depois tudo seca e o ciclo da vida vai-se repetir sem parar.
quando falamos de chuva fria, que o vento arrasta pelos colarinhos, a brincadeira já não é tão inocente. raramente se associa a prazer. gera dias incómodos, em que ou assumimos a molha ou perdemos a capacidade de resistir e acabamos por ceder a mil engenhos de combate à chuva, que mais nos fazem parecer soldados, em pleno campo de guerra contra a força sobrenatural da natureza. voltamos feridos da batalha, com varetas saídas de tecidos, casacos encharcados, calças com um degradé inesperado de ganga escura e ganga clara e calçado com ar de ter passado o dia num parque aquático.
pior ainda é o facto de essa chuva entrar directamente no cérebro, sem pedir licença, deixando toda a gente no auge da má disposição, resmunguice e falta de tolerância. gosto muito que o homem tenha ido à lua, mas tinha sido dinheiro mais bem gasto se tivesse sido investido a desenvolver fatos parecidos aos de astronauta para usarmos em dias destes. afinal o capacete dá ares de aquário, a integração no meio aquático seria total.
no final do dia contamos os despojos de guerra, fechamos as contas, e qual homem pre-histórico refugiado na sua caverna, ocultamo-nos do lado de lá de um vidro e sentimos a tranquilidade e a paz no calor de um chocolate quente, sentindo o sangue a subir também ele quente até à alma, enquanto lá fora a chuva teima em não parar...
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