adorava assistir à consulta de psicanálise de uma gota de água.
ninguém dá muito valor aos blocos dessa coisa sem cor ou cheiro que faz tanto parte da nossa vida que até faz parte de nós. e está em maioria. daquelas que dá para mudar a constituição e tudo. sim, a água tem a capacidade de mudar a nossa constituição, sem sequer precisar de assinatura do presidente da república.
claro que a falta de cor e de cheiro são rapidamente contornados pela nossa inexorável capacidade de destruir tudo aquilo que criamos, mas sobretudo aquilo que já cá estava antes de nós próprios estarmos criados.
a nossa luta com a água é milenar. agora estamos particularmente aptos a dar-lhe sabores e cores. do ponto de vista comercial nunca percebi muito bem uma água com sabor. sabe sempre a garrafa de sumo lavada à pressa com água. nem é sumo nem é água. mas quem sou eu para me perder nos caminhos do marketing?
prendo-me, isso sim, com a curiosidade de imaginar o id, ego e super-ego de uma gota de água. estava ontem a vê-las cair do céu, e a pensar quão díspares são as suas personalidades. umas vinham aos salpicos, outras a cair com a força de pedras, e por último caíram algumas mesmo sob a forma de pedras. não deve ser fácil a estabilidade para um ser químico que tão depressa é líquido, como sólido ou gasoso. eu cá não gostava nada de ter essa facilidade. se é verdade que me dava jeito evaporar na altura de pagar os impostos, seria bastante desagradável solidifcar quando estivesse a correr para fugir de um rinoceronte. a menos que pudesse escolher por mim quando havia mudança de estado e para qual. assim 'tá bem.
lá re-caímos nós no mesmo (além de abusarmos das redundâncias como de costume). por mais voltas que dê nunca deixaremos de ter a mania que queremos e podemos controlar tudo. o universo vai-se rindo de nós, fazendo razias irónicas de asteróides, como quem goza com o seu primo inocente que nunca viu as luzes da cidade. um dia ainda vamos perceber quão escravas as nossas moléculas são de poderosas super-novas e re-fazer a escala de valores no mesmo tempo em que se faz uma prova dos nove.
até prova em contrário vou continuar a reflectir sobre a gota de água deitada no divã, a divagar depressa sobre os seus problemas de labilidade de estado. e isso chega para me fazer feliz.
ninguém dá muito valor aos blocos dessa coisa sem cor ou cheiro que faz tanto parte da nossa vida que até faz parte de nós. e está em maioria. daquelas que dá para mudar a constituição e tudo. sim, a água tem a capacidade de mudar a nossa constituição, sem sequer precisar de assinatura do presidente da república.
claro que a falta de cor e de cheiro são rapidamente contornados pela nossa inexorável capacidade de destruir tudo aquilo que criamos, mas sobretudo aquilo que já cá estava antes de nós próprios estarmos criados.
a nossa luta com a água é milenar. agora estamos particularmente aptos a dar-lhe sabores e cores. do ponto de vista comercial nunca percebi muito bem uma água com sabor. sabe sempre a garrafa de sumo lavada à pressa com água. nem é sumo nem é água. mas quem sou eu para me perder nos caminhos do marketing?
prendo-me, isso sim, com a curiosidade de imaginar o id, ego e super-ego de uma gota de água. estava ontem a vê-las cair do céu, e a pensar quão díspares são as suas personalidades. umas vinham aos salpicos, outras a cair com a força de pedras, e por último caíram algumas mesmo sob a forma de pedras. não deve ser fácil a estabilidade para um ser químico que tão depressa é líquido, como sólido ou gasoso. eu cá não gostava nada de ter essa facilidade. se é verdade que me dava jeito evaporar na altura de pagar os impostos, seria bastante desagradável solidifcar quando estivesse a correr para fugir de um rinoceronte. a menos que pudesse escolher por mim quando havia mudança de estado e para qual. assim 'tá bem.
lá re-caímos nós no mesmo (além de abusarmos das redundâncias como de costume). por mais voltas que dê nunca deixaremos de ter a mania que queremos e podemos controlar tudo. o universo vai-se rindo de nós, fazendo razias irónicas de asteróides, como quem goza com o seu primo inocente que nunca viu as luzes da cidade. um dia ainda vamos perceber quão escravas as nossas moléculas são de poderosas super-novas e re-fazer a escala de valores no mesmo tempo em que se faz uma prova dos nove.
até prova em contrário vou continuar a reflectir sobre a gota de água deitada no divã, a divagar depressa sobre os seus problemas de labilidade de estado. e isso chega para me fazer feliz.
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