a natureza tem caminhos próprios para mostrar ao mundo que sedução não é mais do que a definição universal de algo que chama.
penso em corpos que dançam com a sensualidade das formas cruzadas com luzes de muitos pontos do arco-íris, folgados em suor de movimento e ritmados com a força dos graves, que desperta o mais circadiano que há em cada molécula de um ser vivo. anos e anos de sedução espontânea, visceralmente inventada a partir da tentativa/erro, em tácticas de quem convence uma presa a ser caçada, desconcentrando-se por se concentrar num ponto único e baixando todas as guardas, enroscando-se em vulnerabilidade.
os cantos das sereias. os encantos das serpentes. as vontades. os repentes. tudo isto tem marcas em genes. vai passando de modo silencioso, umas vez apura-se, outras depura-se, mas o importante é que há genes em que ninguém toca e a sedução tem a perserverança do carbono quatorze.
depois paro junto ao jardim do lusco-fusco para perder o olhar em dois esquilos que brincam, e os tons laranja já perdidos em noites sem fim, fazem-me perceber que há sedução em volta. mais do que os dois esquilos vejo centenas de pirilampos, jogando o seu jogo da fluorescência. penso 'é só o fósforo a querer mostrar que é um elemento espectacular e não apenas um pauzinho, fechado numa caixa, para acender fogões ou lareiras'.
mas não, decido que é muito mais do que isso. a natureza mostra-me que a sedução sempre lá esteve. esta luz chama-me e faz-me parar, com o mesmo poder de duas mãos que me envolvam e me façam sentir que estou periclitantemente a tropeçar para outra dimensão. parece tão diferente, mas é tão igual. por isso sei que as supernovas às vezes também se tocam, e sorriem entre si, como quem rouba um beijo atrás de uma coluna de um sábado à noite.
penso em corpos que dançam com a sensualidade das formas cruzadas com luzes de muitos pontos do arco-íris, folgados em suor de movimento e ritmados com a força dos graves, que desperta o mais circadiano que há em cada molécula de um ser vivo. anos e anos de sedução espontânea, visceralmente inventada a partir da tentativa/erro, em tácticas de quem convence uma presa a ser caçada, desconcentrando-se por se concentrar num ponto único e baixando todas as guardas, enroscando-se em vulnerabilidade.
os cantos das sereias. os encantos das serpentes. as vontades. os repentes. tudo isto tem marcas em genes. vai passando de modo silencioso, umas vez apura-se, outras depura-se, mas o importante é que há genes em que ninguém toca e a sedução tem a perserverança do carbono quatorze.
depois paro junto ao jardim do lusco-fusco para perder o olhar em dois esquilos que brincam, e os tons laranja já perdidos em noites sem fim, fazem-me perceber que há sedução em volta. mais do que os dois esquilos vejo centenas de pirilampos, jogando o seu jogo da fluorescência. penso 'é só o fósforo a querer mostrar que é um elemento espectacular e não apenas um pauzinho, fechado numa caixa, para acender fogões ou lareiras'.
mas não, decido que é muito mais do que isso. a natureza mostra-me que a sedução sempre lá esteve. esta luz chama-me e faz-me parar, com o mesmo poder de duas mãos que me envolvam e me façam sentir que estou periclitantemente a tropeçar para outra dimensão. parece tão diferente, mas é tão igual. por isso sei que as supernovas às vezes também se tocam, e sorriem entre si, como quem rouba um beijo atrás de uma coluna de um sábado à noite.
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