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A mostrar mensagens de junho, 2009

Som

A minha relação com o som? Quem me conhece sabe que gosto de falar. Muito. Gosto de ouvir. Muito. Sou capaz de estar 20 horas a falar. Seria um óptimo amigo para o Fidel Castro (até pelo estado de saúde dele...) ou para o Boutros-Ghali, especialistas de discursos de 20 e tal horas nas suas funções políticas. O som tem um papel fundamental. Tem restrições. Tem controlo. Usá-lo ou não usá-lo define a nossa vida. O que se disse. O que não se disse. O que se disse e não se devia ter dito. O que não se disse e se devia ter dito. Gosto do som. Uma destas noites dei por mim, na enfermaria, a reparar num silêncio absoluto. Apeteceu-me de repente quebrar com a regra. Ter à mão uma buzina de camião e dispará-la loucamente durante 30 segundos. Acordar tudo e todos em sobressalto, mostrar-lhes que precisam do som. Que têm de respeitar o som. Que o som é bom. No dia seguinte... Gui Boratto no Lux. Até que enfim alguém me percebe e trata o som como ele deve realmente ser tratado! Brilhante!

Lisboa menina e moça, festeira!

Já dizia a letra da música: "Cansados vão os corpos para casa Dos ritmos imitados de outra dança A noite finge ser... ainda uma criança De olhos na lua Com a sua Cegueira da razão e do desejo" Lisboa é isso. É isso e muito mais. A noite do dia 12 de Junho é apenas um corolário do que Lisboa pode ser. Do que Lisboa devia ser mais vezes ao ano. A sardinha assa no braseiro. Nisto a criança pede uma moedinha para o Santo António ("Não tenho moedas""Não faz mal, eu aceito notas"). O traquina que descaradamente se aproveita desta noite para ser uma espécie de "arrumador" das almas, cruza-se com o nórdico que olha espantado para todo este movimento, para toda esta côr, para este bulício e vontade de viver, que o fazem acreditar que este povo pode ser pobre, pode ser melancólico, mas que tem a capacidade de se mobilizar em massa para a rua e encher de alegria a noite de uma cidade. Pára naquela janela. Pede uma ginjinha. Quem ta serve? Um argentino? Que