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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2020

nobel da tábua de engomar

cheira-me que os inventores do prémio nobel tinham as prioridades erradas. médicos, físicos, químicos, economistas, escritores, sim senhor, tudo muito importante e tudo grandes génios, mas peçam a cada um dos vencedores para passar uma camisa a ferro e eu logo vos digo quem é o génio na sala. não há volta a dar, ao oitavo vídeo no youtube a tarefa parece simples. qual astronauta pronto a pousar em marte, ponho água, ligo o ferro, rodo o manípulo até ao algodão, tudo parece estar a correr como os vídeos prometiam e muito lentamente o grande momento aproxima-se. passado o colarinho avançamos para a parte da frente e aí tudo se começa a complicar. "houston, we have a problem". são dois ou três vincos, não parece nada por aí além. que botão é este? vapor? deve ser boa ideia. hm, em vez de vapor sai uma espécie de areia e agora a camisa está cheia de pintas. ah, o quê, tem de se limpar o sistema de ferro porque acumula resíduos? de repente a central de chernobyl ao pé disto parece

a liberdade individual

as liberdades individuais são uma coisa engraçada de debater, desde que ninguém viole as minhas, sendo que eu sou ao mesmo tempo quem as define e quem julga se estão a ser violadas. como tal, tenho o perfeito equilíbrio de poder ser eu a definir o que são as minhas liberdades, como são para ser usufruídas e o que as fere num alto-e-pára-o-bailismo de escandalizar os santos.  só que não. porque felizmente vivemos em sociedade, e, como tal, as liberdades individuais são definidas, de um modo mais ou menos democrático, em sede própria, e de modo racional, uma vez que eu confio muito no  manel do café para tirar uma italiana perfeita, mas não sei se ele achar que o fulano x, y, ou z, muito bem que é racista e xenófobo, "mas o que vale é que diz umas verdades", o qualifica com suficiente maturidade democrática para definir por si os portões do que cada indivíduo pode ou não fazer (ainda confio menos no fulano x, y, ou z, mas isso fica para outro dia, que a sopa está quase a precis

idade adulta

o sol começava a aparecer no horizonte, tímido, pintando o céu de tons rosa e laranja, enquanto tu descias pelo trilho, quase mais inclinado que a parte de cima do evereste. as tuas pernas reflectiam o mesmo tom laranja e a tua pele cheirava a mar. os cabelos, indecisos entre serem ondulados ou ouriços-do-mar, emanavam a alma das algas do dia anterior, e guardavam no seu interior os segredos mais profundos do oceano. olhaste para trás e sorriste, e o teu sorriso desarmou o planeta num microssegundo, foi mais poderoso do que se o não-assim-tão-pacífico anel de fogo resolvesse revoltar-se todo ao mesmo tempo, e fez o meu coração bater recordes na escala de richter. aproximei-me e contei quantos raios tinha a tua íris, e quantas cores diferentes lá moravam. cheguei à conclusão de que tinha mais raios do que pessoas há no mundo, e mais cores do que a caixa mais cara da caran d'ache.  nisto fomos atravessados pela realidade. o teu sorriso confirmava aquilo que era claro, ele era uma