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A mostrar mensagens de agosto, 2010

Tempo

Não fujas. Temos tempo. O sol ainda vai alto. Vês como faz sombras com os teus cabelos? Ficam pequenos caminhos espalhados na areia, que não sabem bem a quem pertencem. Nada na areia sabe bem a quem pertence. É umas vezes do mar. Outras vezes da terra. Outra vez da família que traz frango assado com batatas fritas pala-pala. Do casal de namorados que se oscula enquanto o dia cai. Do solitário que olha o horizonte em busca da fuga para a solidão. Uma gaivota. Não há tempestade no mar. Que raio faz este bicho em terra? Há tempestade talvez nas nossas almas, no vórtice de alegria, felicidade e medo do que vem. Mas no mar nada. A calma de um fim de tarde perfeito, com a brisa que lembra o que move o mundo, as estações, os projectos, os sonhos, o futuro. Não sei ver horas. Sei contar quantas vezes o sol se põe e aparece de novo. Sei que vem do Japão. Sei que vai para Nova Iorque. O número de vezes que ele vem do Japão e que vai para Nova Iorque diz-me quantos dias passaram. O resto não me i