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Mensagens

A mostrar mensagens de 2005

Natal

Bastante tempo depois do último post (acho que pela demora nesta quadra acabaram de descobrir que sou eu o verdadeiro Pai Natal), aqui venho no final do dia de Natal / início do dia seguinte, para partilhar com os meus caros leitores algo que me inquieta o espírito. A inquietação vem de há uma semana e meia atrás, quando vi um dos 583 programas televisivos de Natal passados no hospital. Este passava-se na Estefânia, dirigido à criançada. O que me preocupou foi ter ouvido serem cantados para crianças doentes temas como: "Matas-me com o teu olhar", "Morri na praia" ou "Morro de amor por ti". Ai esta sensibilidade da pimbalhada, ai ai...

Falta de chá

Estava hoje a lembrar-me se haveria na Pérsia alguma terra com o nome de Menta ou Camomila. É que nesse caso o Xá da Pérsia seria também obrigatoriamente Xá de Menta e Xá de Camomila. Se pensam que as duas frases anteriores são tradutoras de senilidade em estado avançado... é melhor nem contar que mais uma mão cheia de piadas más estavam na manga, como por exemplo falar-vos da emigração de Xás da Pérsia: - O Xá Vimbi, que andava por Angola e já não anda. - O Xá Pinto, que ainda joga no Sporting. - O Xá Ra Picasso, esse monovolume dos nossos dias. - O Xá Vedefendas, que é muito útil para a bricolage. - O Xá Dam Hussein (bem, esta é quase verdade geograficamente...) - O Xá Lá lá lá lá, xá lá lá in the evening dos Vengaboys. - O Xá mpô de pêssego da Garnier. Uff, felizmente não partilhei nenhuma dessas.

Wake up little Susie

A Susie até pode acordar, como a mandavam fazer os Everly Brothers, mas apenas lhe recomendo que não vá de metro para lado nenhum. Pelo menos no de Lisboa. É que ainda esta manhã fui gozado pelos convenientes "problemas técnicos" e pelo caos que isso gera quase diariamente neste péssimo serviço de transporte. E ainda bem que escrevo este post algumas horas depois, quando a ira já assentou e se recolheu de novo ao interior dos poros de onde transpirou de manhã. E depois ainda recomendam que se ande de transportes públicos... Grumpf!

Elizabethtown

Chegou pelas mãos de Cameron Crowe o filme que para mim foi uma das grandes surpresas deste ano cinematográfico. Uma história simples, um elenco simples, uma fantástica fotografia, uma banda sonora excelente, tudo combinado com quantidades q.b. de comédia, drama, sensualidade, conservadorismo, vanguardismo, alegria, tristeza, tipicamente à american movie. Para não falar das fantásticas paisagens do Kentucky (que afinal não tem só Fried Chicken) e de alguns dos estados envolventes. Pelo meio Orlando Bloom e Kirsten Dunst surpreendem, com papéis bem mais densos que em filmes em anteriores (se bem que o "Legolas" tem a sorte de figurar nos filmes que retratam o universo LOTR em que eu sou mais do que viciado...). Como alguém que me é muito querido se referiu ao filme: "um filme complexo disfarçado de comédia romântica". Estão retiradas as palavras da minha boca...

A família da Segunda

Todas as manhãs milhares de lisboetas cumprem o ritual do trânsito. Muitos são obrigados a fazê-lo devido aos incapazes transportes públicos, que apesar de reconhecidas melhorias nos últimos anos, continuam a não ser capazes de suportar todo o tráfego de pessoas em torno da capital em hora de ponta. Pelo meio do ritual quase se criam famílias, portugueses típicos para todos os feitios, com carros para todos os tamanhos, desde os camiões que andam de obra para obra ou a distribuir vegetais, à moçoila que acaba de ajeitar o baton em frente ao espelho (quase batendo no da frente), ao pintas que tem de usar o seu "tuningzado" carro para ir para o trabalho que paga os cromados e ailerons, ao velhote que se encaminha para mais uma consulta tentando lembrar-se das queixas que tem e dos medicamentos que toma (numa clara prova de que se anda a esquecer de tomar os da memória), até a mim que tenho de desesperadamente chegar a horas ao Pulido Valente, para mais um dia de enfermidades e,

Quem? Mas quem?

Os irmãos AM e MM fizeram uma pergunta que tem direito a um post. Quem será o senhor que inventa as frases aleatórias que depois são colocadas com letras fixes nas t-shirts da Pull and Bear? Frases aleatórias porque a maior parte delas não fazem sentido e têm caído do céu expressões como "Snow Nevada", "Spring Ohio" ou "Truck Driver". Não tem de fazer sentido, basta serem letras fixes e coloridas e dizer qualquer coisa... que segue. Pensa-se até que se escrevessem nas t-shirts "Registo Nacional de Dadores de Medula" ou "Bombeiros Voluntários de Penha Garcia" o pessoal achava muito à frente na mesma, desde que estas aparecessem bem brilhantes e jovens. Enfim, mistérios que o próprio mistério desconhece...

A hipérbole dos tempos e o sucesso de vendas inesperado

O fim de semana trouxe consigo muita notícia futebolística, mas acho que há três aspectos essenciais a salientar, que são talvez o mais importante de toda a notícia. A hipérbole - José Peseiro é um tipo muito odiado. Ninguém gosta de José Peseiro. O treinador leonino terá mesmo confessado a amigos íntimos que se sente "quase tão odiado como o Carrilho", o que mostra a tristeza que preenche a sua alma por estes dias. O "Prémio Hipérbole" vai para os adeptos leoninos, que deixaram em casa os antigos e tradicionais lenços brancos, para mostrar fraldas brancas e gigantes lençóis brancos a José Peseiro. Parece que lhe querem mesmo fazer a cama... O sucesso de vendas - Luís Filipe Vieira terá conseguido vender um número considerável de KITs de sócio do Benfica no último Sábado no Estádio do Dragão. Ainda para mais vendeu estes KITs a adeptos portistas. Só assim decifrámos a afirmação de Co Adriaanse "Só vi adeptos do Benfica a acenarem lenços brancos da bancada"

Piratices!

Esta é a minha história de pirata, e a vossa? Site descoberto por sugestão do meu amigo TNG! My pirate name is: Captain John Kidd Even though there's no legal rank on a pirate ship, everyone recognizes you're the one in charge. Even though you're not always the traditional swaggering gallant, your steadiness and planning make you a fine, reliable pirate. Arr! Get your own pirate name from fidius.org.

Alcobaça, o "melting pot"

Testemunhas oculares (e uma ou outra testemunha oculista, um senhor muito simpático que trabalha na Optivisão das Caldas...) juram ter ouvido Dom Pedro e Dona Inês a dar algumas voltas no túmulo, no interior do belo Mosteiro de Alcobaça. Ninguém conseguiu fundamentar devidamente este fenómeno, mas pensa-se estar relacionado com as palavras do candidato (e penso que actual presidente da autarquia) à Câmara Municipal de Alcobaça. Este candidato fez um discurso empolgado, para uma multidão, à qual revelou que o Mosteiro é visitado por gente de todo o mundo, de todas as nacionalidades, desde chineses a japoneses, franceses, espanhóis, italianos, tuvalianos, guatemaltecos, kiwianos, gronelandeses (os últimos quatro ele não disse, fui mesmo eu que inventei), americanos ou mesmo talibãs. Se todos os outros não me chateia que apareçam no discurso usados como propaganda barata, já os talibãs me causam aqui um ligeiro prurido. É que o candidato devia ter-se informado do que os talibãs fizeram ao

A chico-espertice e o desflorar do cofre

Os concursos de televisão sofreram uma notável evolução nas últimas décadas. Não sendo eu um testemunho vivo dos anos 60 ou 70, apenas posso falar do que me lembro dos finais dos 80 e 90's. Por então, os concursos não eram mais do que uma mina de ouro para uma dúzia de "money-makers", também conhecidos por enciclopédias com pernas, que até suavam de tanta sofreguidão para derrotar as pobres presas que com eles figuravam em concursos como a "Roda da Sorte" ou a "Casa Cheia". Hoje em dia a evolução verificou-se para dois níveis divergentes. Concursos como o "Preço Certo" ou semelhantes, que servem para trazer ao estrelato o português médio, geralmente médio-baixo, ao mesmo tempo que lhe oferecem uma batedeira de ovos, um frigorífico, um carro sul-coreano ou aquela magnífica viagem a Varadero com que a Tia Juselinda de Arraiais de Baixo sempre sonhou. Há depois o outro segmento, estreado com o "Quem quer ser Milionário" e os que se seg

Suíça: país ou roubo?

Suíça é o nome de um país. Suíça é também o nome de uma pastelaria na baixa lisboeta, que dá para o Rossio e para a Praça da Figueira. O país é bom, competente, eficiente, tem vaquinhas giras, chocolate bom, neve e lagos. O nível de vida é dos melhores da Europa. O país não é para aqui chamado. A pastelaria é... pura e simplesmente bárbara. A Suíça de outros tempos era local de romaria. A sua doçaria caseira, dotada de uma apresentação de causar inveja à típica pastelaria de bairro tornava-a um local com fama no segmento dos gulosos, ou dos que apenas desejavam apreciar um café no cerne da capital. Com o passar dos anos, contrastando com o país que lhe dá o nome, esta pastelaria tem visto a qualidade a descer vertiginosamente e a sua política de preços a sofrer um avanço inversamente proporcional. Não acreditam? Fiquem com o exemplo, para quem não acredite o preçário está lá: Café ao Balcão 0.55€; Café no Salão Dourado 1.00€; Café na Esplanada 1.45€ Brilhante, não é? Deve ser o chamado

Russian Chronicles

E hoje, porque é Domingo, aqui vão as notas do Não-Professor JP. Apenas para vos recomendar uma pequena pérola. Em 1995 o fotojornalista Gary Matoso e a escritora Lisa Dickey partiram à descoberta de algo que encanta muitos há vastos séculos. Viajaram de Vladivostok até São Petersburgo, percorrendo o percurso do Trans-Siberiano, entre 1 de Setembro e 25 de Novembro. A particularidade desta viagem prende-se com o facto de terem parado em onze locais do trajecto para procurar uma história de vida particular. A compilação dessas histórias, bem como a excelente cobertura fotográfica das mesmas está (incrivelmente) disponível de forma gratuita na Internet em Road Stories . Agora, passados dez anos sobre a viagem, a escritora Lisa Dickey lança-se à aventura de repetir exactamente a mesma viagem e de procurar as pessoas cujas histórias relatou, na tentativa de comparar o que mudou em dez anos pelos lados da Sibéria, a Rússia mais profunda e esquecida. Desta vez acompanhada por outro fotógrafo

Pueri e os mistérios do nonsense

Lembrei-me de ver se inventava palavras como fiz com a minha "Oranginalidade" há já largos anos. "Pueri" pareceu-me bem, lembra-me puré e poeira e puro e peru e perigo. E que bem me parece misturar puré, poeira, peru e perigo numa mistura pura. Pesquisei no Google e não me parece que tenha acabado de ser inventado o pueri. Desde escolas no Brasil até comprimidos para dieta provenientes do Japão, o pueri já invadiu o mundo. E de repente sinto-me como o Wallace quando leu "A Origem das Espécies"... Nota de rodapé: qualquer semelhança entre este post e sanidade mental é pura coincidência. O que me faz lembrar que "rodapé" também é uma expressão bem parva e que sempre que a leio imagino um anão sentado na margem inferior da página, a rodar a tíbio-társica, como que a fazer o aquecimento para entrar no próximo jogo de matraquilhos a decorrer num raio de alguns quilómetros.

Candidaturas

Depois do anúncio da candidatura de Mário Soares à Presidência da República, o Oranginalidade está em condições de anunciar mais algumas candidaturas a cargos importantes, orgulhando-se plenamente deste seu magnífico exclusivo, que deixa assim bem marcada a rentrée bloguística. - Professor Moniz Pereira candidata-se a participar na prova dos 110 Metros barreiras nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 - Giovanni Trapattoni anuncia ter sido contratado para jogar a defesa-central na equipa sénior do Sport Lisboa e Benfica. Para conseguir sair do Estugarda disse aos dirigentes alemães que a mulher lhe dizia para voltar para Roma, que os netinhos tinham muitas saudades do avô - Mr Burns anuncia candidatura a Mayor de Springfield, mesmo contra os mais cépticos perante a sua idade, e o seu débil estado físico, garantindo ainda ter uma "saúde de ferro". O Oranginalidade depreende que esta saúde de ferro está inteiramente relacionada com as várias próteses que figuram em diversas artic

Europa

Um deputado do Parlamento Europeu, que se deslocou hoje a Portugal para aquilatar da gravidade da situação de falta de água no nosso país, teve a felicidade de proferir uma frase (ao olhar para os campos do Alentejo) que nos passa a todos pela cabeça, ao olhar para o estado do país: "Que seca..."

Family Guy

Ninguém, por mais que tente, substitui os "meus" Simpsons. No dia em que eles se forem... ninguém substitui o "meu" Futurama. Mas a FOX teima em produzir séries de animação ultra-viciantes e cheias de piada... Assim, embora não atingindo, pelo menos no imediato, o posto de divindade nas minhas preferências, Family Guy está muito bem colocado no meu ranking de séries favoritas, e é algo que vos recomendo a todos. Alivia a alma! E rir é o melhor remédio! (já agora, precisamente do mesmo autor, o recente American Dad também é uma série de arromba... tenho dito!)

Liberdade

Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não o fazer! Ler é maçada Estudar é nada. O sol doira Sem literatura. O rio corre, bem ou mal, Sem edição original. E a brisa, essa, De tão naturalmente matinal, Como tem tempo, não tem pressa... Livros são papéis pintados com tinta. Estudar é uma coisa em que está indistinta A distinção entre nada e coisa nenhuma. Quanto é melhor, quando há bruma, Esperar por D. Sebastião, Quer venha ou não! Grande é a poesia, a bondade e as danças, Mas o melhor do mundo são as crianças, Flores, musica, o luar, e o sol, que peca Só quando, em vez de criar, seca O mais do que isto É Jesus Cristo Que não sabia nada de finanças Nem consta que tivesse biblioteca... Fernando Pessoa

Madagascar

Em plena "silly season" é por vezes complicado escolher o que ver no grande ecrã. As fortes acções de marketing dos grandes estúdios norte-americanos acabam por nos influenciar, em maior ou menor grau, a seguir certos rumos. Para mim, o caso de Madagascar saía um pouco desse enquadramento. Desde que comprei o DVD de Shrek 2 que ambicionava ver o recém-chegado filme da Dreamworks. Tudo porque no DVD do ogre verde, estava uma muito apelativa "treila" do Madagascar, apresentada à altura por Ben Stiller. Fui esta semana ver o filme e não me desiludi. Já vi e já li críticas muito negativas em relação ao filme, mas não acho que sejam justificadas. A história do filme é simples e não muito complexa (mas não se pode querer que todos os filmes animados estejam cheios de referências "adultas" como era o caso de Shrek). Mas as diversas peripécias que nos são apresentadas ao longo de pouco mais de uma hora garantem pelo menos uma coisa: que vamos dar umas belas risada

Faísca!

A gatinha já tem nome! Depois de uma demorada reflexão em família, decidimos chamar-lhe Faísca. Enganem-se os que olham para esta fotografia e pensam que a gatinha é meiga e angelical. Só sabe correr por toda a casa, esgaravatar os vasos das plantas e meter-se com os seus irmãos gatos. É um pequeno demónio eléctrico – logo, o nome é perfeito! :) Obrigada a todos pela ajuda, especialmente à Luz ( Luz e Sombra ) cuja sugestão foi escolhida.

Politicamente (in)correcto

Hoje dei por mim a pensar (não tenho nada de mais interessante para fazer) que muita gente passa o tempo a dizer que já fez a sua "boa acção" do dia. A pergunta que se coloca é: e quantos de nós publicitamos a nossa "má acção" do dia? Quem tem a coragem de vir dizer: "Epá, vi um velhote a atravessar a estrada e como vi que vinha para pedir ajuda, fiz-me logo desentendido, olhei para o lado e pirei-me"... Ou então: "Ia no Metro e vi uma grávida, eu até estava naqueles lugarzinhos prioritários, mas pá... 'tava cansado e pensei que quem aguenta uns meses com um puto na barriga, também aguenta mais uns 15 ou 20 minutos de pé". E tu, queres partilhar nos comentários qual a tua "má acção" do dia? De hoje ou de outro qualquer!

Recorde

Foi hoje noticiado que um japonês de 95 anos acaba de bater o recorde mundial dos 100 metros (de atletismo) para indivíduos dos 95 aos 99 anos, baixando a marca para os 22 segundos e qualquer coisa. Já o Oranginalidade, noticia em primeira mão que a equipa médica responsável pelo Serviço de Urgência do Hospital de Kawasaky-Honda aponta para que daqui a umas 3 semanas se tenha conseguido estabilizar minimamente o ritmo cardíaco do recordista e, quem sabe até, fazê-lo mesmo sair do estado de coma. Nos últimos tempos foram batidos mais alguns recordes, embora não tão noticiados, mas que o Oranginalidade vos traz, com muito orgulho: - Elevação do Comprimido para atletas entre os 90 e 94 anos : o queniano Tarica Laroupa (emigrante na Suécia, senão como é que chegava a esta idade?) conseguiu a magnífica marca mundial de 28 segundos para levar o comprimido da embalagem à boca. - Lançamento da Placa para atletas entre os 80 e 84 anos : o palestiniano (mais habituado a lançamento de objectos) Y

Ar Descondicionado

Longe vão os tempos das janelas abertas para gerar "aquela corrente de ar, um fresquinho...". As próprias ventoínhas roçam já o limite do electrodoméstico obsoleto. Bom bom é o ar condicionado. Um tipo gasta uma pipa de massa. Sim, porque a ventoínha pode ser muito pouco funcional, mas é muito muito muito mais barata. E depois de gastar a pipa (de massa, não de vinho) delicia-se a olhar pela janela, a ver os trauseuntes a "bufar" de desespero com o tórrido clima que de vez em quando se lembra de assolar o nosso país. Ora que, numa bela lição de humildade e anti-gabarolice, o dito aparelho (apesar de ter custado uma pipa de massa) lembra-se de funcionar ainda pior que uma ventoínha, que é como quem diz, nem sequer trabalha. Conclusão da história: este vosso amigo passou um delicioso Sábado a torrar em casa, e (sinal dos tempos e de achar que nunca o ar condicionado se iria avariar... é que custa uma pipa de massa) nem sequer uma ventoínha se encontra por estes lados.

Excuse me...

Hora de ponta, pressa em chegar ao sítio X, a vida na cidade é assim, há que ir a correr de X para Y e acelerar ainda mais no regresso de Y para X. Metro... gente e mais gente. Quase ninguém se consegue mexer, quais sardinhas em lata. Para quando seis carruagens na linha vermelha. Fosse isso o mais grave... O verdadeiro problema está nas belas das escadas rolantes. Num sítio civilizado seriam os melhores auxiliares de percurso. Mas isto é Portugal... o conceito do "quem quer ir parado encosta-se a um lado, deixando o outro livre para quem quer acelerar" aqui não existe. E então somos remetidos para uma de duas hipóteses: ou vamos com a carneirada paradíssimos ou lá temos de fazer um esforço ainda mais suplementar para subir a alta velocidade as escadas normais. Seria assim tão difícil pensar nisto?

Chain

E num passe de mágica, o Oranginalidade foi invadido por uma corrente cinéfila, quem nos "acorrentou" foram as pecadoras . 1. Qual o último filme que viste no cinema? Sin City... E se não sabiam, seus malvados, é porque não vêm cá com frequência. Ver comentários 3 posts abaixo. 2. Qual a tua sessão preferida? Indiscutivelmente... a primeira. Aquela do meio-dia e pouco, que às vezes até é das onze e tal. Porquê? Porque eu adoro salas vazias ou quase vazias e é nessa sessão que tenho mais descanso. Sozinho ou acompanhado, não há outra sessão como essa para me livrar dos "bronquíticos" que passam o filme a rir, dizer piadinhas, atirar pipocas... enfim, geralmente a selva chega nas sessões mais tardias. 3. Qual o primeiro filme que te fascinou? Provavelmente o Dumbo... uma vez que foi o primeiro que fui ver ao cinema. 4. Para que filme gostarias de ser transportado? Hmmm, tricky question... gostava de ir para tantos. Mas podia ser para o universo Star Wars ou Lord of

Ajudem a gatinha sem nome

É uma gatinha feliz, nascida a 25 de Abril e recém-integrada no seio de um agregado familiar de mais três elementos da mesma espécie. Gosta de saltar, miar muito, mostrar os seus enormes dentes, comer comida de gato adulto e brincar com um rato cor-de-laranja trazido, com amor, do Canadá. Também é fã de sestas preguiçosas debaixo do sofá. Ora bem, depois de apresentada a criatura, exponho o problema: a gata cresce, cresce, está cada vez maior e mais barriguda e ainda não tem nome! Faço então um apelo aos leitores do Oranginalidade para que inventem um nome original (como não podia deixar de ser) e me ajudem a baptizá-la. Está aberto o concurso. Participem!

Santos Populares

“Lá vai Lisboa Com a saia cor do mar E todo o bairro é um noivo Que com ela vai casar. Lá vai Lisboa Com seu arquinho e balão Com cantiguinhas na boca E amor no coração.” Houve cantigas populares como esta, música mais brejeira ( ponho o carro, tiro o carro à hora que eu quiser …), a variante brasileira das marchas com Netinho e a sua amiga Mila (moça afoita que desfrutou de mil e uma noites de amor com o cantor), ritmos de discoteca e outras melodias… Houve confusão: muita gente, pouco espaço. Mais confusão: muita sangria, poucas casas-de-banho. E a comida? Ah, sim… O jantar animado numa esplanada improvisada nas escadinhas de São Miguel. O pão, o chouriço, o caldo verde a 3 euros, a febra com sabor a sardinha e a sardinha com sabor… a sardinha! O empregado de mesa era um miúdo com cerca de 5 anos, mas nos Santos não se leva a mal (é como no Carnaval) e não há exploração do trabalho infantil para ninguém. Depois, a cada esquina, os encontros com amigos e conhecidos, mais música, mais

Sin City

A dúvida que eu colocava a mim próprio: como é que vou sobreviver em 2005 sem estrear um novo episódio de Kill Bill? Tive a resposta pela mão de Robert Rodriguez, Frank Miller, e do realizador convidado Quentin Tarantino (pois claro está, tinha de aparecer...). Sin City não é um filme, é uma ode ao cinema, ao argumento, à fotografia, à criatividade. O ritmo do filme é impressionante, saímos do filme quase cansados, tal é a densidade da história e a riqueza das imagens. Os elementos essenciais sobressaem do preto e branco que domina no filme, o elenco é simplesmente fabuloso (o que às vezes é mau, mas desta vez não é de todo o caso). Os pormenores são tão impressionantes como os pormaiores. Não quero avançar mais, para não vos tirar o prazer do melhor filme do ano até agora. Percebe-se porque é que pérolas como esta raramente chegam aos Óscares, não são filmes de massa... muitos vão sair de lá a detestar o filme, principalmente pela sua violência contínua e a roçar os limites do brutal.

Porque é que as modas parvas pegam?

Vamos lá tirar uma coisa a limpo: quando foi dito que segundo o novo Código da Estrada era obrigatório ter um colete reflector no automóvel, para usar aquando da necessidade de sair da viatura em plena via por algum motivo, alguém disse às pessoas que a porcaria da camisa "pirilâmpica" tinha de ser estupidamente adaptada ao banco do condutor? É que parece-me que deve ter havido alguma falha de comunicação no trajecto lei-cidadão, já que parece muito bem a meio mundo português fazer esta adaptação. E eu bem tento compreender... mas se... 1) não está na lei; 2) é foleiro; 3) mais que foleiro, é de parolo... porque é que as pessoas o continuam a fazer? Qualquer dia as construtoras automóveis e os stands ainda se aproveitam da ideia, e começam a vender carros com coletes reflectores já embutidos no banco do condutor e, quem sabe, até mesmo no do pendura. Parece que já estou a ver o vendedor a dizer que "neste modelo vem como oferta um fantástico colete reflector já agarrado

Carcavelos Power

Imagem do DN Num país de incredulidades, deve ter sido esse o sentimento das centenas de pessoas que ontem por volta da uma da tarde se encontravam no areal de Carcavelos. De repente, todos passámos a compreender os sucessivos avisos para não permanecer na praia entre as 12h30 e as 16h00... Numa jogada incrível, 500 jovens de duvidosa reputação (viva o politicamente correcto)...(bah!) 500 malandros (é mais isso) invadiram a praia de Carcavelos roubando tudo o que estava ao seu alcance e gerando o pânico entre novos, velhos, homens, mulheres, o José Castelo Branco, o Rei da Suazilândia, o Cônsul das Ilhas Feroé (devia lá estar tudo, que aquilo estava a abarrotar), e muitos mais. Num momento cultural, o Oranginalidade alerta os seus leitores para a explicação necessária para alguns de que o termo "arrastão", que a Comunicação Social tanto apreciou, foi adoptado do nome dado a crime semelhante pelos nossos irmãos brasileiros, mas que tem a sua origem na pesca de arrastão, feita

Mistery solved

E o local que eu vos apresentava... e que ninguém adivinhou :)... dá pelo nome de Fraga da Pena. Já o conheço aí há uns bons dez anos e é um local simplesmente paradisíaco. Como lá chegar, perguntam vocês? A partir de Coja (local ao qual podem aceder por exemplo por Arganil, que é também bem bonito) sigam a estrada para Benfeita. Um pouco antes de Benfeita, num cotovelo da estrada, têm um larguinho para parar o carro e depois de alguns saudáveis metros percorridos a pé, têm um encontro com a natureza no seu melhor, neste magnífico complexo de quedas de água, quedando umas atrás das outras. Assim, antes de gastarem uma pipa de massa e ir para a Costa Rica a correr, lembrem-se que o Portugal profundo (mesmo assim são apenas 2 horas e meia de estrada a partir de Lisboa, por exemplo) tem muito, mesmo muito para oferecer! E que ao conhecermos bem os nossos pequenos grandes tesouros conseguimos ser mais Portugal e sentimos ainda mais o orgulho de ser português! :) Façam ainda um favor a você

Concurso: onde é?

Respondam nos comentários, quem acertar mais depressa ganha.

Bicho-da-seda: o preâmbulo do Tamagotxi

Pois é... já lá diz o ditado: "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades". Eu, enquanto jovem na transição de século tive a sorte de passar pela fase naturalista e pela fase tecnológica da nossa juventude. Os da minha geração podem também dizer o mesmo, acredito eu. Daí o título do meu post. Os nossos pais teriam por máxima diversão a possibilidade de ter um bicho-da-seda, a infindável tarefa de arranjar folhas de amoreira para o animal, e depois o prazer de o ver todo pimpão a dar dentadas nas mesmas, ao mesmo tempo que engordava que nem um texugo. A caixa dos sapatos, esse mítico habitat do bicho-da-seda, polvilhava de maravilha os olhos sedentos de natureza da criança. Lá está... ainda chegou à minha geração, sendo que agora os lagartóides já se passeavam por caixas Nike ou Adidas, contrariamente às Armando Silva ou Jorge Lopes de outrora. E de repente, nós, recebemos com grande alegria a notícia de que num pequeno instrumento amarelo e meio oval, chegava uma nova brincadei

Alegria do emigrante

Está confirmado, o Oranginalidade é oficialmente o site que mais alegria dá aos emigrantes portugueses no estrangeiro. Ou então não, mas que somos muito procurados, lá isso somos. E quem nos diz isso? O fantástico serviço Site Meter, que, consultado muitas vezes por nós, nos revela que das vinte e tal visitas diárias que recebemos, e nos enchem de orgulho, umas cinco ou seis derivam da pesquisa da expressão "José Malhoa aperta com ela" no Google francês. E pronto... assim se descobre o nosso público. Emigrantes do meu país, este sítio é vosso. Vai na volta, ainda acabamos a ser publicitador oficial dos encontros das Casas do Benfica no estrangeiro. (bem visto, bem visto, essa pesquisa nem é má de todo, já que me questiono mais intensamente sobre o porquê de alguém pesquisar "origem da prancha para cabelo" ou "saber como se escreve carpe diem em letras árabes"... não sei porquê, mas dá-me ideia que com um bocadinho de sorte ainda apanhei algum terrorista da

Jack Johnson

Absolutely amazing! Foi com agradável surpresa que me viciei neste "In Between Dreams" de Jack Johnson. E ainda maior foi a surpresa quando descobri, no excelente site do músico , que o Jack nasceu e cresceu na minha querida North Shore de Oahu. De repente voltei a 2001, ao cheiro das plumérias, ao som doce do hukulele, ao pôr-do-sol em Waikiki, aos peixes de mil cores de Hanauma Bay, aos alcoólicos mai-tai... Ai... a música de Jack Johnson, além de ser boa, fez-me voltar "à" Viagem da minha vida... P.S.: E quem me recomendou Jack Johnson? Os meus amigos JA e ZeM ... A eles o meu muito muito obrigado, merece bem a pena!

Sonhar não paga imposto

Pelo menos era essa a realidade até aos dias de hoje. O Oranginalidade sabe de fonte segura que esta afirmação pode muito bem passar a ser mentira em breve. Fontes do Ministério das Finanças afirmaram ao Oranginalidade que o Ministro acha "ridículo que os sonhos não sejam taxados... se os combustíveis são, se a comida é, se os carros são..." Sabemos que continuou a referenciar durante quatro horas e meia tudo o que é sujeito a impostos em Portugal. Para iniciar a aplicação do imposto do sonho, o Ministro das Finanças terá mesmo pedido ajuda ao Ministro da Ciência e do Ensino Superior, que lhe garantiu ir investir consideráveis recursos no desenvolvimento de um dispositivo, que será colocado na retina de todos os cidadãos nacionais, tendo a capacidade de identificar a quantidade anual de sonhos do mesmo. Ao que parece também consegue identificar homens que piscam o olho a outras moças que não a sua mulher. O escalão máximo do imposto será pago quando as duas situações se reuni

Hmmm...

Perante a capa de hoje do Expresso, que afirma "Cavaco é o pai do 'monstro'", só consigo pensar em 3 coisas: 1 - Não gostava de ser filho do Professor Cavaco, e hoje ter de sair à rua... 2 - Hmmm, então é por isso que ele andava sempre a viajar para a Escócia e ninguém sabia bem para onde... 3 - Até que enfim que alguém assume a paternidade do Sá Pinto!

Défice

Eu que sou um grande defensor de impostos "gigantescos" sobre o tabaco, questiono-me porque é que o álcool não foi também sujeito a um aumento do respectivo imposto??? Alguém me ajuda a perceber o critério?

CAMPEÕES!!! CAMPEÕES!!!

Finalmente! Finalmente! Foi! Finalmente! Não há palavras agora... Só um aplauso ao desportivismo dos adeptos do Futebol Clube do Porto, que se deram ao trabalho de ir espancar mulheres e crianças com tacos de baseball à Avenida dos Aliados. Como se diz... os grandes clubes vêem-se nestas alturas.

Será hoje?

Revenge of the Sith (A Vingança dos Sith)

Acabo de ver, de um modo previligiado, a ante-estreia do Episódio III, último da saga Star Wars. Sem querer adiantar muito para não estragar a vossa visita aos cinemas, posso desde já adiantar que se trata do melhor filme da actual trilogia, concorrendo com o Episódio V para melhor dos seis... Os efeitos especiais estão belíssimos, a trama interessante, quando muito é demasiado violento para ser classificado para maiores de 12 anos. Nota negativa para a tradução portuguesa, que de forma incompreensível e até ridicularizada pela audiência, insistia em traduzir os nomes dos dróides, chamando "Tripio" ao pobre 3-PO e, ainda bem pior, "Artoo" ao coitadinho do R2. Prova de que quando não se sabe traduzir, mais vale não traduzir... Em resumo... vão ver, não levem as crianças, não percam também os DVD's de Star Wars Clone Wars, que contam a história passada entre os Episódios II e III, em magníficos cartoons. E que a Força esteja convosco!

Estágio

A indisposição, os suores, a azia, os batimentos cardíacos acelerados, a sensação de ir perder os sentidos, a irritabilidade, as tonturas, as vertigens, os nervos à flor da pele, a respiração superficial e rápida, o Sistema Nervoso Simpático a actuar em todo o seu esplendor, a espasticidade muscular, os ruídos intestinais, as eruptações, a irritação cutânea, o rubor facial, o rubor conjuntival, os músculos da fronte contraídos, uma moinha nos flancos, em ambos os flancos, as coxas a fraquejar... o Sol lá fora brilha, faz-me esquecer todos estes sintomas que semanalmente me invadem, invariavelmente, antes de qualquer jogo da minha equipa. Olho o horizonte e tenho uma visão... HOJE O BENFICA VAI SER CAMPEÃO!!!

Crónicas

A noite estava quente, no quarto apenas uma luz ténue e uma suave brisa penetravam através das cortinas e da janela entreaberta. O ambiente era tenso, pesado como nunca antes estivera. PK, FK e ZK sentiam que tudo estava por um fio. Depois de meses a planear minuciosamente a sua operação viam tudo ser posto em risco numa questão de segundos. Sentiam-se impotentes do seu distante posto de observação perante o que se estava a passar. Tinham feito a sua parte, mas agora apenas podiam esperar, calcular as probabilidades, jogar com o improvável. Eram 22.33, faltavam 2 minutos para o prazo terminar e a tensão aumentava, nenhum deles proferia sequer uma única palavra. PK estava impávido mas tudo menos sereno, FK sentada consumia-se por dentro e JK estava simplesmente deitado no chão, cada um na sua posição, estáticos, sem reacção, apenas vidrados no que se estava a passar. O tempo passava e parecia não haver maneira de levarem a bom porto a sua missão. Faltavam 20 segundos para o tempo termin

A vergonha do costume!

Uma vergonha! O futebol continua a asfixiar todos os outros acontecimentos em Portugal. Senão basta ver... na última quinta-feira um clube de bairro (eh eh, brincadeirinha, no hard feelings...) apurou-se para a final da Taça UEFA e essa foi a única notícia ouvida nas horas e dias seguintes. O Oranginalidade (tirando o autor Ze M, que foi feito toni para o aeroporto até às 6 da manhã esperar o tal clube de bairro) acha lamentável que dois marcos altamente prestigiantes para Portugal tenham sido ofuscados de forma tão brutal. Ninguém se apercebeu que a Sociedade Recreativa de Agulhas do Palheiro de Cima venceu o magnífico prémio "Martelinhos de Ouro", correspondente à vitória no Grande Concurso de Xilofone de Chernobyl. Isto sim devia ser conhecido por todos. O senhor Mário Balazeta, líder da colectividade confessou ao Oranginalidade que "assim nem dá vontade de continuar a martelar nas teclas do xilofone, é que nem condecorados pelo Presidente da República fomos". Le

Petição Online

Este português que vêem na fotografia foi vítima de maus tratos num país estrangeiro. Ao que o Oranginalidade conseguiu apurar aconteceu esta noite. Conseguimos falar ao telefone com ele, que nos disse "Parece surreal, eu nunca me meto nestas coisas e hoje, quando pela primeira vez experimento uma coisa nova, sou logo apanhado". Felizmente as autoridades portuguesas estão já em cima do acontecimento e prometem tentar resolver o assunto com a celeridade possível. Entretanto, lançamos aqui no Oranginalidade a petição "Salvem o José, a Derrota não era dele, foi só um amigo que a emprestou". Assinem a petição por favor na área dos comentários... e ajudem dessa forma o José a ter a oportunidade de explicar às autoridades competentes (cof cof...o patrão russo) que tudo não passou de um mal-entendido! Sejam bondosos, vale a pena pensar nisto!

Por ruelas e calçadas (Parte 3)

Muita coisa é passível de influenciar a personalidade de cada um. Um acontecimento, uma frase, uma notícia, um gesto de alguém... tudo coisas que podem marcar indelevelmente a maneira de ser e pensar de cada indivíduo. Golias era apenas um ser humano, como outro qualquer. Mas naquele momento sentia-se poderoso. Do interior do seu capuz, os neurónios de Golias felicitavam o seu dono por ter sido capaz de, finalmente, levar a cabo o plano de tantos anos. A vítima? Nem sabia quem era... uma mulher, bonita por sinal e bem vestida. Por curiosidade Golias abriu a carteira e encontrou uma panóplia de cartões de crédito, 500 Euros em dinheiro e quase 400 Dólares em "cash". Deixou ficar isso tudo a apodrecer com o corpo, a marinar na poça de sangue que envolvia a sua vítima. O que o tinha feito chegar ali? Golias tinha agora 25 anos. A sua infância fora um martírio. Espancado regularmente pelo padrasto e esquecido pela mãe, Golias passava os dias a subir e descer o elevador da Bica, s

Por ruelas e calçadas (Parte 2)

A escolha era simultaneamente fácil e difícil. Em frente uma rua iluminada pelos amarelentos candeeiros que pareciam tristes na noite, para a sua esquerda uma rua escura, mas que da sua penumbra irradiava a luz dos néons, anúncios de vida naquelas trevas do pecado. Ao seu bom estilo, optou pela esquerda, parecia ser inclusive o caminho mais directo para o seu hotel. À medida que andava, Martha olhava os vários bares... nomes nórdicos maioritariamente, porque raio dar nomes de cidades tão elegantes e avançadas a estabelecimentos de qualidade duvidosa? A ausência de presença humana no local fê-la sentir-se desconfortável pela primeira vez. Se calhar devia ter optado por seguir a luz da iluminação e passear junto ao rio. Mais à frente deparou-se com um quadro pitoresco. Para a sua esquerda, trepando a colina, uma pequena viela apresentava-se em toda a sua pequenez e silêncio. Imediatamente atraída, Martha não pensou muito tempo e abandonou por ali a rua suja que quase a fizera vomitar. Pe

Por ruelas e calçadas (Parte 1)

O café estava quase a fechar. Ainda conseguia sentir no ar o cheiro do fumo que inundava aquele espaço, apesar de o efeito do álcool diminuir consideravelmente a capacidade de discriminar fosse o que fosse. Martha sabia que tinha feito uma asneira. Quantas e quantas vezes a sua juventude a tinha levado por caminhos semelhantes nas loucas noites de um subúrbio de Denver, igual a tantos outros... Agora com 40 anos, e CEO de uma das mais famosas marcas de roupa mundial, só lhe apetecia chorar por ver que, nos momentos de fragilidade, voltava a ser a rebelde que só assentou quando foi estudar para a University of Columbia. Deixada agora ao abandono nesta cidade europeia, de que nunca tinha ouvido sequer o nome, questionava como teria ido parar a um bar tão manhoso e a uma zona da cidade tão estranha. Os sucessivos flutes de champagne engolidos no Meridien pareciam a explicação mais lógica. Isso e o carácter enfadonho de todos os cinzentos que a acompanhavam neste mega-congresso de gente &q

Conclave ou sem clave, eis a questão...

O Oranginalidade deseja pedir as mais sinceras desculpas a todos os nossos leitores pela nossa ausência de uma semana, mas isto de eu ser cardeal tem os seus inconvenientes. Após a escolha do novo Papa, parece-nos a altura certa para revelar que várias instituições (incluindo mesmo algumas agremiações de bairro) ficaram maravilhadas com o esquema do conclave, e pensam já adoptar a ideia para próximas eleições. Aí têm em primeira mão o que os nossos tentáculos de polvo conseguiram alcançar: - Sport Lisboa e Benfica : para a escolha do próximo treinador (sim, porque eu rezo todos os dias para o Trapalhoni se ir embora) a direcção do Benfica vai fechar-se na Garagem dos Pneus do LFV até chegar a uma decisão unânime. Uma vez escolhido o novo comandante das tropas, sairá pela chaminé da garagem fumo preto, o que anuncia a toda a mole benfiquista o novo rei da Luz. O fumo é preto porque queimar pneus e ter fumo branco é meio... quimicamente impossível. - CDS-PP : aqui avança-se pelo conclave

Tudo ao seu alcance!

Quase todos devem já conhecer o famoso serviço telefónico 3993, que antigamente era designado por 3939. Mudou de nome, ninguém sabe muito bem porquê, mas acredito que foi por ter perdido um processo de direitos de autor em tribunal, onde era acusado de roubo de número por parte de uma porta da Avenida Almirante Reis. Para os que não conhecem, é um serviço onde se pode conseguir tudo desde que se gastem vários Euros. Eles mandam de volta imagens de clubes, moçoilas despidas, poemas badalhocos, tudo e mais alguma coisa... O Oranginalidade acaba de descobrir que o 3993 tem novas pérolas escondidas. São estas as novidades que este magnífico serviço lançará em breve: - Pizza de Anchovas : em resposta ao seu sms, uma magnífica pizza de anchovas vai escorrer pelo buraquinho de carregar a bateria (o 3993 não se responsabiliza por possíveis... cof cof... possíveis estragos causados ao seu aparelho) - Um tapinha : para satisfazer o seu fetiche, é só mandar um sms e depois dizer que não dói... -

O vosso dever cívico!

O Oranginalidade está novamente a votos, agora Na Blogosfera . O mundo reagiu a esta notícia com grande emoção e alegria, e todos se mobilizam para nos colocar na urna, ainda que não a funerária. Registámos alguns acontecimentos associados: - Na Palestina , houve "de maneiras que" uma explosão de alegria! - No Egipto , acreditam que votar no Oranginalidade os vai fazer acabar a travessia do deserto, em que incorrem há já vários séculos. - Os pinguins da Antárctida tiritam de alegria... pelo menos parecia que era isso. - As estátuas da Ilha da Páscoa abriram a boca de espanto e acredita-se que possam dançar caso o Oranginalidade ganhe. - Em Portugal , as pessoas estão a ver a bola, o Bayern com o Chelsea, tudo o resto é secundário...

LUTO

Se é verdade que a morte de um ser humano é sempre lamentável para os outros seres humanos que a mesma testemunham, há seres humanos que são por alguns considerados como especiais. Karol Wojtyla foi um excelente ser humano. A prova disso está no reconhecimento de que é alvo não só pelo mundo católico, como também por praticamente todas as outras confissões religiosas e até pelos não-crentes. A luta por ideais foi algo que sempre o caracterizou, a proximidade da Virgem Negra de Czestochowa (fenómeno de culto ainda mais concorrido que o de Fátima, desconhecido por muitos no nosso país) guiou-lhe o seu caminho espiritual, o árduo trabalho nas minas de Wielizcka e a resistência ao domínio nazi guiaram-lhe a força de a tudo resistir. Hoje, Karol Wojtyla , um exemplo para a Humanidade, foi para o lugar merecido, para mais perto de Deus. (O Oranginalidade não estará em actividade durante os próximos nove dias, em sinal de luto pela morte de Karol Wojtyla )

Código secreto da estrada

Soubemos de fonte segura (a do costume, com a credibilidade do costume) que o novo Código da Estrada não conta a verdade toda aos portugueses. O que se passa é que os agentes da autoridade têm na sua posse alguns artigos secretos para apanhar os portugueses com as calças na mão! (esperemos que não literalmente...) Vejam lá o escândalo... Artigo 138059º - Fazer a barba com Gillete em andamento é uma contra-ordenação grave. Com máquina de barbear torna-se uma contra-ordenação leve. Com chantilly em vez de espuma de barbear torna-se muito grave (é que é um bocado gay, não é por nada...) Artigo 8345235º - É expressamente proibido circular em contra-mão em pistas de aeroporto, podendo incorrer numa contra-ordenação grave. Em situação de iminente aterragem de avião, a contra-ordenação passa a leve, por dar mais emoção ao piloto aterrar com obstáculos na pista. Artigo 2343535352309532582335º - Ao volante: Ouvir Demis Roussos é considerado uma contra-ordenação leve. Ouvir Padre Borga é uma con

Quinta das Banalidades

O Canal Parlamento anunciou que vai começar em breve um novo programa (mais para fugir à rotina daquele que está sempre a dar diariamente), que o Oranginalidade apurou tratar-se da Quinta das Banalidades. Os concorrentes estão no segredo dos deuses, mas felizmente tivemos acesso à restrita lista de políticos que vão participar no programa e até conseguimos tirar a limpo o porquê da AR TV os ter escolhido. Ora então assim se segue... Ana Drago - para dar a animação a casa. Quem diz que "sexo só é sujo quando não se toma banho a seguir" vai de certeza trazer a dose de loucura que o programa precisa. Sabe-se ainda que se poderá despir, se lhe garantirem que as drogas leves serão legalizadas na próxima legislatura (força Sócrates, força!!!) Joana Amaral Dias - mais uma particiante do BE, mesmo só para embelezar o programa. Estas tácticas de marketing do Bloco andam a tornar-se potentes... Aliás suspeita-se que o BE vai propor Isabel Figueira para candidata a Presidente da Repúbli

Bahia no coração...

O regresso de férias custa sempre. Ainda custa mais, quando mal se aterra em Lisboa se dá conta de que chove e está frio... Brrrr Mas pronto, a vida tem de voltar ao normal e só assim se explica que eu tenha sido "obrigado" a abandonar o paraíso. É impossível alguém passar pela Bahia e ficar indiferente... Não dá mesmo! Quando sentirem o calor a colar a roupa ao corpo, quando cruzarem as palmeiras e mergulharem no mar quente, quando o delicioso sabor da moqueca de camarão se fixar para sempre nas vossas papilas gustativas, quando tudo isso acontecer... é verdade, estão mesmo viciados na Bahia. E como se isso tudo não bastasse, a Bahia ainda ganhou direito a ter um povo que, tendo poucos valores materiais, tem um permanente sorriso no rosto e uma diabólica tendência para estar sempre a dançar, mal oiça uma nota solta no ar. Ficam aí duas provas tiradas por mim do Paraíso que encontram na Bahia. Se possível, passem a "Flor do Reggae" da Ivete Sangalo enquanto olham. N

Quero ser uma Fátima Felgueiras!

Não, o título do post não revela nenhuma tendência de transsexualismo. Estou muito bem na minha pele de João Pedro, obrigado... Tem mais a ver com outro desejo... É que isto de uma pessoa se habituar a passar o dia entre não fazer nada e fazer coisa nenhuma é altamente viciante. O meu córtex cerebral está a habituar-se a um nível perigosamente baixo de actividade, embora os núcleos do relax e do descanso estejam no seu auge. Estas férias aqui no Sauípe confirmam a minha teoria de que devíamos trabalhar 2 dias por semana e descansar 5, ou então trabalhar 1 mês por ano e descansar 11. A produtividade do país? Não se preocupem... deixava-se o Benfica ser campeão e a economia auto resolvia-se. Bem, deixa-me lá ir ligar para a Fatinha, para saber o que é que eu preciso de fazer em Portugal para vir para aqui a tempo inteiro, valeu galera? P.S.: Só para vosso gáudio, ontem no torneio de futebol aqui do resort, a selecção lusa cilindrou adversários brasileiros, espanhóis (Aljubarrota! Aljubar