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Santos Populares



“Lá vai Lisboa
Com a saia cor do mar
E todo o bairro é um noivo
Que com ela vai casar.

Lá vai Lisboa
Com seu arquinho e balão
Com cantiguinhas na boca
E amor no coração.”


Houve cantigas populares como esta, música mais brejeira (ponho o carro, tiro o carro à hora que eu quiser…), a variante brasileira das marchas com Netinho e a sua amiga Mila (moça afoita que desfrutou de mil e uma noites de amor com o cantor), ritmos de discoteca e outras melodias…
Houve confusão: muita gente, pouco espaço. Mais confusão: muita sangria, poucas casas-de-banho.
E a comida? Ah, sim… O jantar animado numa esplanada improvisada nas escadinhas de São Miguel. O pão, o chouriço, o caldo verde a 3 euros, a febra com sabor a sardinha e a sardinha com sabor… a sardinha! O empregado de mesa era um miúdo com cerca de 5 anos, mas nos Santos não se leva a mal (é como no Carnaval) e não há exploração do trabalho infantil para ninguém.

Depois, a cada esquina, os encontros com amigos e conhecidos, mais música, mais comida e mais festa!
No final, o regresso a casa e a recordação de uma noite divertida. Eu trouxe ainda um manjerico muito bonito e verdinho com uma quadra popular:

“Põe-te à janela e verás
Um beijo a correr na rua
Na noite de Santo António
Da minha boca para a tua.”

Para os que não acreditavam… sou uma rapariga do povo!

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