Avançar para o conteúdo principal

o contínuo descontínuo

hoje li que uma sonda espacial a vários milhares (seriam milhões? ou mais?) de anos-luz da terra foi atingida por uma descarga de positrões emitida por uma tempestade eléctrica (vulgo mega-trovoada) a decorrer nesse momento na namíbia.

isso fez-me pensar uma vez mais sobre o valor das moléculas que a todos nos formam. agora acredito ainda mais piamente que quando espirro estou a emitir vibrações para andrómeda. que quando salto no ar estou a desviar a ionosfera o suficiente para fazer com que aquele meteorito não caísse no meio de oklahoma, mas sim num campo de milho ali perto.

depois vejo as tuas moléculas. tão juntas e alinhadas que me parece impossível que uma explosão de uma bilha de gás em plutão as mova do sítio. pergunto-me se os seres imperfeitamente perfeitos conseguem quebrar este contínuo de matéria e ser imunes ao que quer que seja que os envolva (vou ser multado pela emel da língua portuguesa por usar demasiados 'q's nesta frase). no fundo, provavelmente, quando a matéria de alguém assim for reciclada, vai ser vendida como conjunto de átomos de primeira qualidade, figurando nas prateleiras de uma qualquer loja gourmet de derivados de azoto. ao mesmo tempo, a de muitos outros, será desviada por tempestadas eléctricas ou condenada a um rateio ao desbarato numa qualquer margem de um qualquer rio de um qualquer mundo.

Comentários

SweetPie disse…
Se não tivesses nascido, tinhas de ser inventado... ;)
Só tu... ;)

Besos...

Mensagens populares deste blogue

À terceira é de vez!!!

Como tenho muita lata... este post é na linha de dois recentes... (um deles mesmo recentíssimo, o meu último) e trata da adaptação, não de séries (porque somos muito oranginais por estas bandas e isso depois na verdade tornar-se-ia repetitivo... quer dizer... até parece que assim não...), mas sim de filmes estrangeiros, para português. São novidades muito secretas e portanto só espero que tenham bastante cuidado na divulgação das mesmas (ao dizer isto espero que as publicitem, bem como a vinda aqui ao meu "little corner", numa jogada minha à laia d'"o fruto proibido é o mais desejado"). - Tó Pegane : história de um filho de uma ex-emigrante "na França" (daí a sempre típica mescla do nome António com o Pegane do francês com quem a senhora se casou). O rapaz entra para a Força Aérea, e depois há para lá umas intrigas. Ah! Na cena mais espectacular do filme, Tó Pegan faz um cozido à portuguesa, utilizando para aquecimento dos ingredientes a barriga...

pedras

acho muito simpático da parte do fernando guardar todas as pedras do caminho para um dia construir um castelo, mas aqueles de nós que as têm nos rins apreciavam outro tipo de eficácia diferente de apenas contemplá-las durante o passeio diário para abater barriga. com tanto heterónimo ao barulho, pasmo-me que o fernando, pessoa de bem, não tenha dado vida a um ente que se tornasse urologista e arranjasse maneira de ajudar a prevenir várias noites em posição fetal a namorar com o chão frio da casa de banho. diz o povo que as cólicas renais são piores que as dores de parto, mas o povo não pensa no facto de quase metade da população não poder atestar essa comparação. é provável que seja o povo feminino, e esse sim pode saber das duas, como sabe de tudo o resto, sempre em demasia, que o conhecimento verteu todo para o segundo cromossoma x. enquanto um brufen beija um ben-u-ron e abraça outro, vou continuar aqui no meu canto, meio revoltado com o fernando, enquanto pesquiso qual o valor da p...

na moda

Está na moda escrever sobre o amor. O truque é pintar o dito de lugares comuns e adornar o produto final com duas ou três asneiras das pesadas para emanar pseudo-rebeldia. O conjunto de palavras é tão bonito e tem uma força tão positiva que o que está mesmo a pedir é para ser posto num rectângulo, acompanhado de uma imagem do pôr-do-sol/paisagem verdejante/gatinhos/silhueta de um ou dois corpos (riscar o que não interessa) e feito, está pronto a sair do forno para esse sufrágio universal que são as redes sociais. Está na moda gostar dessa visão do amor. Que tenta copiar alguns traços dos mestres mas que os copia mal e porcamente, borra a tinta toda, mas encontra destinatários com a visão tão baça que nem dão por isso. Dantes havia o condão de ficar preso às letras do Shakespeare, do James, do Cummings e de tantos outros. Todos eles vieram por aí fora, ainda há bem pouco tempo dava para jogar à macaca com o Cortázar, mas está tudo a trocar a macaca por meia dúzia de macacos, que ap...