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silêncio sem inocentes

ainda bem que não faço promessas sobre a frequência da minha escrita, porque ultimamente anda tão frequente como a passagem do cometa X ou Y perto da terra.

e cada vez que me lembro disso aperto o cilício. dava-me tão bem há duas décadas atrás no meu mundinho cheio de leitura e de escrita. isto de brincar aos adultos não tem piada nenhuma. isto de ter de se fazer porque tem de ser em vez de ser porque parece divertido devia ser revisto. aposto que na constituição da república terrestre há qualquer coisa que impede que o mundo nos consuma em vez de sermos nós a consumir o mundo.

mas de cada vez que me aparece um destes protestos, em regime de velho marreta, vejo um esquilo passar com uma bolota na boca, olhar para mim assustado, convicto de que lhe quero roubar a bolota. e isso volta a fazer-me sentir o sangue quente a correr pelas veias, os olhos humedecidos de vida e a certeza de que mesmo cheio de pressões o mundo vale a pena a cada virar de esquina.

Comentários

Isa disse…
que lindo, meu deus... u made me smile :)

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