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uma caça ao tesouro diferente

desde que o Homem e' Homem que tenta expressar o que sente através da arte. Desenhava primeiro em paredes de cavernas, com sangue de animais. ai' tenho a certeza que não era expressão artística, tão so' apenas visão de futuro e de como aquela caverna se viria a tornar desse modo um interessantíssimo polo turístico com milhares de bilhetes vendidos para la' entrar.

continuou-se depois durante milhares (quais milhares, muito mais, centenas!) de anos com modos de pintar mais elaborados, e formas diferentes, quer seja esculpindo, escrevendo, compondo, quer tudo o resto. que haja muito resto. mas, de facto, a necessidade fundamental e' expressar. no fundo expressam-se a beleza, alegria, tristeza, raiva, paixão, todos os sentimentos, concentrando-se num pincel, lápis, caneta ou escopo e polvilhando de vida uma peça que se quer imortal.

a conclusão e' q o Homem não consegue guardar para si próprio o que sente. felizmente. mas a beleza esta' em toda a parte e por vezes não e' captada de modo universal. todos se sentam a ver o pôr-do-sol (continuo a achar que aquilo não e' o pôr-do-sol, mas sim o girar da terra), mas raro e' o q se senta a ver o saco de plástico a voar. todos ganham bolhas nos corredores do prado, mas ninguém perde um minuto a pensar no que estara' por trás da vida de um bicho de prata, que gosta tanto de livros como eu e alguns de vocês, e o prémio que recebe e' uma vil sapatada e a vida desfeita em microssegundos.

adoro arte. mas arte e' isto tudo. dalí casado com conchas da praia. kandinsky de braço dado com um andaime das obras. sartre em amena cavaqueira com o gajo de alfama e com um pirilampo que por ali passa.

esta' tudo la' sempre. so' e' preciso caçar o tesouro diferente.


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