pergunto-me não raras vezes se algum dia será inventada uma máquina de lavar onde se possam pôr as memórias.
tenho a certeza que sim. o homem inventa tudo. mas o homem que tem h grande, não levem a mal. só não me apetece usar maiúsculas, porque pagam um imposto muitíssimo mais caro. se até se conseguiu que andássemos no céu sentados numa cadeira a voar, ou arranjar aspiradores que andam sozinhos pela casa a aspirar (embora estes últimos não vão sozinhos ao frigorífico buscar cervejas, o que é uma infelicidade)... é, deve ser apenas uma questão de semanas ou meses até arranjar tal espécime de electrodoméstico.
claro que uma máquina destas tem de ser programada com muito cuidado. porque o programa para lavar memórias boas e memórias más será tão diferente como um escaravelho o é de uma noz caramelizada. ninguém quer andar por aí a misturar memórias na máquina. já imaginaram quão trágico poderia ser debotar más memórias para uma límpida e clara recordação simpática?
por vocês não sei. mas eu cá não quero a saída em falso do ricardo na final do euro a pingar por cima da visão do mont-saint-michel ao longe. muito menos me apetecia ver uma agradável noite de verão sarapintalgada com restos de um dedo entalado numa porta por mero azar.
no entretanto vou acumulando memórias. podem ser boas ou más. mas enquanto não há máquina, vai ter de ir dando para limpar a seco. amaciam-se a elas próprias sem aditivos, e gozam daquele cheiro típico, a passado. que para mim é um cheiro igual aquele que emana das folhas quando a capa e a contra-capa resolvem brincar aos avessos e se tentam tocar pelo lado mais improvável.
tenho a certeza que sim. o homem inventa tudo. mas o homem que tem h grande, não levem a mal. só não me apetece usar maiúsculas, porque pagam um imposto muitíssimo mais caro. se até se conseguiu que andássemos no céu sentados numa cadeira a voar, ou arranjar aspiradores que andam sozinhos pela casa a aspirar (embora estes últimos não vão sozinhos ao frigorífico buscar cervejas, o que é uma infelicidade)... é, deve ser apenas uma questão de semanas ou meses até arranjar tal espécime de electrodoméstico.
claro que uma máquina destas tem de ser programada com muito cuidado. porque o programa para lavar memórias boas e memórias más será tão diferente como um escaravelho o é de uma noz caramelizada. ninguém quer andar por aí a misturar memórias na máquina. já imaginaram quão trágico poderia ser debotar más memórias para uma límpida e clara recordação simpática?
por vocês não sei. mas eu cá não quero a saída em falso do ricardo na final do euro a pingar por cima da visão do mont-saint-michel ao longe. muito menos me apetecia ver uma agradável noite de verão sarapintalgada com restos de um dedo entalado numa porta por mero azar.
no entretanto vou acumulando memórias. podem ser boas ou más. mas enquanto não há máquina, vai ter de ir dando para limpar a seco. amaciam-se a elas próprias sem aditivos, e gozam daquele cheiro típico, a passado. que para mim é um cheiro igual aquele que emana das folhas quando a capa e a contra-capa resolvem brincar aos avessos e se tentam tocar pelo lado mais improvável.
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