Nascemos nos primeiros anos da década de oitenta e passámos a infância vestidas com bibes aos quadrados e com medo da professora primária, que tinha autoridade para nos aplicar uma açoite quando não fazíamos os trabalhos de casa. O programa de televisão onde passavam os desenhos animados era o Um-Dó-Li-Tá e assistíamos ao Meu Pequeno Pónei, aos Ursinhos Carinhosos, entre outros. Os rapazes viam os Transformers e as Tartarugas Ninja. E quem se lembra de ouvir o Avô Cantigas? Seria a parte da letra “todas as crianças são minhas amigas” tida como inócua nos dias de hoje?
Líamos Enid Blyton (Os Cinco, Os Sete, As Gémeas no Colégio de Sta. Clara) e os livros Uma Aventura, das conhecidas autoras portuguesas Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. E eu perguntava-me como é que as personagens dos livros, que eram da nossa idade, tinham tanta liberdade para acamparem com os amigos nos sítios mais recônditos. Imaginava que a minha vida também poderia ser assim e que nas próximas férias não tinha que ir com os meus pais outra vez para o Algarve…
Na adolescência usávamos calções de lycra (ai, que vergonha!) e ténis All-Star, ouvíamos Bon Jovi e pensávamos que A Lua de Joana era o melhor livro alguma vez escrito!
Agora que somos vintonas e podemos, finalmente, comprar e comer uma Gorila sem pedir autorização aos pais, a pastilha da moda é a Bubaloo!...
Resta-nos reviver estes “bons velhos tempos” com os amigos, contemplar as fotografias amarelecidas que nos recordam quem fomos… e nos lembram que temos ainda muito tempo para Ser!
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