Avançar para o conteúdo principal

Missão Impossível



Há uma rua de Lisboa de que eu gosto bastante, mas na qual evito passar... a Rua Augusta.

Porquê? Perguntam vocês... Porque conseguir fazer essa rua de uma ponta à outra sem ser violentamente abordado é a chamada "missão impossível".

Parece que toda a gente com algo a impingir se juntou naquela rua. Dos pedintes, aos músicos de rua, aos palhaços, todos estão lá... e esses até não me incomodam. Só dá quem quer e alegram a vida de quem por ali passa. Quem me irrita profundamente são aquelas pessoas estranhas que andam com um bloco e uma caneta nas mãos e nos querem bombardear com perguntas.

Acho seriamente que se devia vender nas farmácias um repelente anti-"vendedor chato"... Já tinham um cliente! É que não gosto nada de dizer "Não, obrigado!" e continuar a ser perseguido por pessoas que me dizem "Vá lá... são só 5 minutos, não demora mais do que isso...". Principalmente quando sabem que querem para aí meia-hora da vida do trauseunte. Um dia em que lá passei foi dos mais felizes da minha vida, quando um desses "weirdos" me bloqueou a passagem e perguntou "Trabalha?", ao que eu respondi com um seco "Não!", e ele disse-me: "Ah! Então não serve...".

Ainda hoje esse abrunho se deve estar a perguntar porque é que eu fiquei nesse instante com cara de quem ganha o totoloto...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

À terceira é de vez!!!

Como tenho muita lata... este post é na linha de dois recentes... (um deles mesmo recentíssimo, o meu último) e trata da adaptação, não de séries (porque somos muito oranginais por estas bandas e isso depois na verdade tornar-se-ia repetitivo... quer dizer... até parece que assim não...), mas sim de filmes estrangeiros, para português. São novidades muito secretas e portanto só espero que tenham bastante cuidado na divulgação das mesmas (ao dizer isto espero que as publicitem, bem como a vinda aqui ao meu "little corner", numa jogada minha à laia d'"o fruto proibido é o mais desejado"). - Tó Pegane : história de um filho de uma ex-emigrante "na França" (daí a sempre típica mescla do nome António com o Pegane do francês com quem a senhora se casou). O rapaz entra para a Força Aérea, e depois há para lá umas intrigas. Ah! Na cena mais espectacular do filme, Tó Pegan faz um cozido à portuguesa, utilizando para aquecimento dos ingredientes a barriga

na moda

Está na moda escrever sobre o amor. O truque é pintar o dito de lugares comuns e adornar o produto final com duas ou três asneiras das pesadas para emanar pseudo-rebeldia. O conjunto de palavras é tão bonito e tem uma força tão positiva que o que está mesmo a pedir é para ser posto num rectângulo, acompanhado de uma imagem do pôr-do-sol/paisagem verdejante/gatinhos/silhueta de um ou dois corpos (riscar o que não interessa) e feito, está pronto a sair do forno para esse sufrágio universal que são as redes sociais. Está na moda gostar dessa visão do amor. Que tenta copiar alguns traços dos mestres mas que os copia mal e porcamente, borra a tinta toda, mas encontra destinatários com a visão tão baça que nem dão por isso. Dantes havia o condão de ficar preso às letras do Shakespeare, do James, do Cummings e de tantos outros. Todos eles vieram por aí fora, ainda há bem pouco tempo dava para jogar à macaca com o Cortázar, mas está tudo a trocar a macaca por meia dúzia de macacos, que ap

Reset

00:00 Os números piscavam a vermelho no fundo escuro. O escuro era da noite por fora, por dentro a culpa não era da noite. Ou então era de noite também por dentro. Dentro da cabeça uma pulsação contínua, um incessante martelar, uma inequívoca prova de vida e um considerável incentivo à morte. O dia rodava dentro da caixa craniana a uma velocidade superior àquela com que camisolas, calças e roupa interior dançam dentro da máquina de lavar roupa. As ideias misturavam-se de tal modo que apenas se conseguia lembrar da receita de um bolo. As preocupações de ontem a fazer de farinha, o que de novo aconteceu nesse dia mascarado de fermento, todos os planos para amanhã e depois com cara de ovos acabados de deslizar casca fora. E a vida, essa batedeira eléctrica de último modelo, a tratar de misturar tudo com a pressa de quem tem fome e gulodice. Sorriu no escuro e sentiu felicidade por sentir os músculos da face a relaxar. Uma das melhores coisas que o sorriso tem é a capacidade de pôr as