Mantendo a sua tradição de pasquim irregular (era para escrever "jornal de referência", mas "pasquim" vende mais hoje em dia), o Oranginalidade orgulha-se de apresentar, em exclusivo para os seus leitores, a verdadeira entrevista com o verdadeiro vampiro, concedida pelo mesmo há alguns dias, na Transilvânia.
Oranginalidade - Muito bom dia, senhor Vampiro. Antes de mais, muito obrigado por nos receber aqui na cripta do seu castelo e nos dar este exclusivo.
Vampiro - Ora essa, ora essa, eu é que tenho todo o prazer em recebê-los. O negócio tem andado mau, e não tem é havido muita vida humana por aqui.
O - O negócio, Sr. Vampiro?
V - Sim, pois... que isto com o passar dos anos um vampiro tem de se tornar versátil. E então eu inventei um produto que revolucionou a classe vampiresca!
O - Ah foi? Então?
V - Um magnífico spray anti-cheiro-a-alho. Inventei primeiro para eu o usar, mas depois gerou-se um fenómeno de popularidade tal, que toda a gente comprava o meu spray. Desde outros vampiros a, inclusive, donas de casa.
O - Mas diz que agora está mau...?
V - Pois, por causa da pastilha de menta. Descobriram que o efeito da pastilha de menta é o mesmo do meu spray... e cheira melhor.
O - Uma pena, uma pena... então e que mais tem feito? Como é o seu dia-a-dia... quer dizer... noite-a-noite?
V - Pouca coisa, isto a idade já não perdoa, as artroses acabam com um vampiro... e agora primeiro que consiga entrar e sair do caixão é um cabo dos trabalhos. Até já tive de pôr uma ripa entre a tampa do caixão e o caixilho, senão qualquer dia nem para sair de lá tenho forças.
O - E quem são os seus grandes inimigos hoje em dia, senhor Vampiro?
V - Bem, acho que são principalmente três. O Bram Stoker, porque fez um filme cheio de calúnias e injúrias contra a minha vampiresca pessoa (estamos inclusive com um processo em tribunal); o Drácula, porque é um impostor e envergonha claramente a classe dos vampiros, com os seus fetiches estranhos; finalmente, a Buffy... é fácil de perceber porquê. Experimentem ter uma miudinha loura a andar atrás de vocês e a não parar de vos dar pontapés fraquinhos, para fazer de conta que aleija, não há direito!
O - Por último, pode-nos contar como escolhe as suas vítimas?
V - É conforme os dias, sabe. Mas geralmente é pelo arzinho querido do pescoço!
O - E como consegue ter o sangue frio para atacar a vítima?
V - Não, não, caro amigo, está a fazer uma grande confusão, não é por essa ordem. Eu primeiro ataco a vítima, e o sangue só o consigo depois. E além disso não é frio, é bem quentinho. Este seu pescoço por exemplo... ARGHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
(a entrevista estava a ser transmitida em directo, não sabemos o que se passou, mas ainda não conseguimos definir o paradeiro do nosso correspondente. Às tantas o malandro gostou tanto daquilo que resolver mudar-se para algum pântano da região... que falta de profissionalismo... Bahhhh!)
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